ESTATÍSTICAS: IBGE inicia coleta do Censo Agropecuário

Depois de uma década, expectativa do instituto é de que o perfil de produção e de quem está no campo esteja bastante diferente

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Atualizado há 6 anos

Levantamento vai diagnosticar quem está no campo, o que é produzido e o que mudou, de 2007 até agora. (Foto: Mariana Honesko).
Levantamento vai diagnosticar quem está no campo, o que é produzido e o que mudou, de 2007 até agora. (Foto: Mariana Honesko).

Desde o dia 2, e pelos próximos cinco meses, quase 19 mil recenseadores irão visitar mais de 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários em todo o País. A coleta de dados será inteiramente digital e as operações serão monitoradas via internet. O Censo Agropecuário também vai subsidiar a criação uma nova pesquisa anual do IBGE: a Pesquisa Nacional por Amostra de Estabelecimentos Agropecuários.

Serão anotados, por exemplo, informações sobre a área, a produção, as características do pessoal ocupado, o emprego de irrigação e o uso de agrotóxicos. Os resultados da contagem, iniciada após dez anos, devem começar a ser divulgados pelo IBGE em meados de 2018. “Vai ser feito um levantamento sobre toda a produção agrícola e pecuária do período entre 1º de outubro de 2016 até 30 de setembro de 2017, além de perguntas relevantes sobre toda a propriedade”, observa o coordenador de subárea do Censo Agropecuário 2017 em União da Vitória, Luiz Carlos Rusinek.

Na região, a equipe de 24 recenseadores e outros seis supervisores do escritório do IBGE, vai entrevistar agricultores de cinco municípios. “Serão feitas estas questões e uma das principais finalidades é nortear políticas públicas que vão entrar em funcionamento ainda”, ressalta. Por isso, vale lembrar que todas as perguntas são para efeito estatístico, e não para fiscalização. “A gente pede que o produtor responda de forma correta isso e não tenha receio de atender os recenseadores”, diz Rusinek.

A pesquisa

O Censo Agropecuário vai subsidiar a implantação do cadastro de estabelecimentos agropecuários e do Sistema Nacional de Pesquisas Agropecuárias, que permitirá a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Estabelecimentos Agropecuários. A pesquisa irá a campo para, ainda, captar dados detalhados sobre receitas e despesas na produção, crédito e seguro rural, proteção de mananciais, conservação da fauna e flora, uso de agrotóxicos, técnicas de produção, além da situação social e familiar dos trabalhadores do campo. “Os dados também vão nortear os projetos de Políticas Públicas, que o governo vai aplicar”, ressalta Rusinek.

Isso permitirá a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Estabelecimentos Agropecuários, que irá a campo, anualmente, captar dados pormenorizados sobre receitas e despesas na produção, crédito e seguro rural, proteção de mananciais, conservação da fauna e flora, uso de agrotóxicos, técnicas de produção, além da situação social e familiar dos trabalhadores do campo, entre outros temas.

Agricultor, pode abrir a porteira

Conforme a equipe do escritório do IBGE de União da Vitória, a pesquisa é apenas para índices. Além disso, a orientação é de que os agricultores não tenham medo de atender aos recenseadores. Os profissionais estarão identificados, usando boné, crachá, colete e o aparelho de contagem, do órgão. “E se mesmo assim alguém tiver dúvida, pode ligar para o 0800 que está no colete do recenseador. A gente também enviou os nomes do IBGE para a prefeitura, para a Emater e outros órgãos de apoio, para dar segurança para os agricultores”, ressalta o coordenador de área.

TRABALHADORES NO CAMPO

O IBGE realizou dois processos seletivos simplificados para os temporários que atuarão no Censo Agropecuário 2017. Mais de 130 mil pessoas se inscreveram para concorrer a 26.010 vagas, das quais 171 para profissionais de nível superior em 18 diferentes áreas de conhecimento, para o cargo de Analista Censitário. As demais vagas foram para nível médio (6.139, destinadas aos Agentes Supervisores) e fundamental (18.845, para os Recenseadores). Foram abertas vagas em pouco mais de 4 mil municípios do país. O treinamento dos recenseadores foi descentralizado e terminou na última semana.

COLETA DE DADOS

Será inteiramente digital, por meio dos Dispositivos Móveis de Coleta (DMCs), que rodam um aplicativo inteiramente desenvolvido pela Diretoria de Informática do IBGE e serão capazes de mostrar a imagem do setor censitário, a posição do recenseador no terreno e os endereços dos estabelecimentos a serem recenseados. Com a tecnologia, também será possível identificar novos estabelecimentos e cadastrá-los. O novo sistema também vai melhorar a crítica dos dados, orientando os recenseadores durante a coleta, para que o questionário seja preenchido de forma correta.