Missão internacional visita a Epagri de Caçador

Técnicos conheceram o programa de melhoramento genético de macieira da Epagri, que é referência no Brasil e no mundo

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Atualizado há 7 anos

DSCN0384A Estação Experimental da Epagri de Caçador recebeu na última sexta-feira, 31, uma missão internacional formada por técnicos da África do Sul, Nova Zelândia, Itália, Chile, Austrália e Estados Unidos. A delegação contou com sete representantes do IPA – International Pome Fruit Alliance.

De acordo com o gerente da Estação Experimental de Caçador, Renato Vieira, a visita do grupo de estrangeiros teve como objetivo conhecer o programa de melhoramento genético da macieira, desenvolvido há 45 anos.

“A Epagri tem como rotina receber instituições do Brasil e do exterior para mostrar a experiência em pesquisa nas diferentes áreas. Nesse caso, a visita foi especificamente para o grupo conhecer o trabalho, os resultados e as cultivares desenvolvidas pelo programa de melhoramento genético de macieria da Epagri, que é referência no Brasil e no mundo”, afirma.

Segundo o pesquisador Marcus Vinícius Kvitschal, o IPA é uma aliança de cooperação internacional formada por um consórcio de empresas privadas sediadas em cinco continentes, cujo objetivo é identificar novas variedades de macieira e pereira com potencial comercial em nível mundial e desenvolver novos mercados para essas frutas.

“A visita foi muito produtiva. Mostramos novas variedades e seleções obtidas no Programa de Melhoramento Genético de Macieira da Epagri, cujas frutas foram bastante apreciadas pelos visitantes, com maior destaque para as variedades Monalisa e Daiane”, avalia.

Para o gerente da Estação Experimental de Caçador, a visita do grupo pode resultar em convênios de cooperação técnica no futuro, o que seria importante para ambas as partes. “Ao mesmo tempo em que outros países podem ter novas alternativas de plantio, abre-se uma porta para nossos pesquisadores irem até lá conhecer sistemas similares como, por exemplo, o da África do Sul”, acrescenta Renato.

Já a pesquisadora Maraísa Crestani Hawerroth ressalta que o sucesso do programa de melhoramento genético da Epagri deve-se ao fato de produzir maçãs em um local com menor acúmulo de frio que o ideal. “Os países de forma geral estão tentando se precaver devido o à elevação das temperaturas. E por isso o interesse nas variedades que estamos desenvolvendo e que têm melhor a essa adaptação climática, além de qualidade, sabor e aparência”, conclui.

Nos 45 anos de existência do programa de melhoramento genético de Macieira da Epagri, que hoje combina esforços nas Estações Experimentais de Caçador e de São Joaquim, foram lançadas 19 variedades de maçã e uma de pera. A Monalisa é uma das variedades que tem mostrado grandes chances de consolidação no exterior, visto que já está registrada e protegida em nome da Epagri em aproximadamente 20 diferentes países.

Caso alguma delas seja explorada comercialmente no exterior, a Epagri deverá firmar acordos de exploração comercial da variedade, devendo receber royalties pelo uso das tecnologias desenvolvidas no estado de Santa Catarina.

“Mais do que isso, a Epagri e toda equipe de Melhoramento Genético de Macieira tem aumentado cada vez mais a sua visibilidade além das fronteiras no nosso País, o que é sempre muito importante para o desenvolvimento do setor agropecuário catarinense quando o assunto é a Pesquisa Agropecuária”, finaliza Marcus Vinícius.