Primeira turma de técnico em agropecuária conclui curso neste ano

Escola funciona em São Domingos e, além de União da Vitória, recebe também filhos de agricultores das cidades de Paula Freitas e Porto Vitória

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Atualizado há 6 anos

Alunos da Casa em aula técnica sobre hortifrutigranjeiros
Alunos da Casa em aula técnica sobre hortifrutigranjeiros

Criadas na França na década de 1930, as escolas familiares rurais desembarcaram também no Brasil. Bem longe da data do seu nascimento, mas ainda com os mesmos fundamentos, a Casa Familiar Rural de União da Vitória comemora a formação de sua primeira turma. Depois de três anos, a instituição forma agora, em 2018, novos técnicos em agropecuária. A Casa recebe alunos vindos de União da Vitória e também de Paula Freitas e de Porto Vitória. São filhos de agricultores que, mesmo herdando de pais e avós a força da enxada, cursam o Ensino Médio e aprendem nas aulas direcionadas como usar na propriedade onde vivem a força das máquinas e das novas tecnologias. “É uma alegria nossa e de todas as cidades que participam, que nos apoiam. É um trabalho em parceria, por isso a felicidade dessa formatura”, comemora a coordenadora da Casa, Daniele Kock.

No município, a instituição fica no Distrito de São Domingos (na vila, ao lado da escola), distante a poucos minutos do centro. Lá, os alunos ficam três anos, tempo igual ao Ensino Médio de qualquer outra escola. Contudo, como o curso é em período integral, de segunda a sexta, os estudantes concluem o Médio e participam do curso técnico. A dinâmica sustenta a prática. “Os alunos são filhos dos agricultores que têm um lugar na propriedade para desenvolver as atividades”, explica Daniele. “Outro diferencial é que além das aulas teóricas, temos visitações em propriedades e momentos onde os alunos realmente colocam a mão na massa, onde vão fazer horta, trabalhar mesmo”, completa.

Curso é prático e aprendizado é aplicado em casa

O método chamado de ‘alternância’, que prevê a semana na instituição e o final de semana em casa, garante que a lição de casa seja feita realmente em casa. No retorno ao banco escolar, acontece a troca de experiências e as avalições sobre o que deu e o que não deu certo. “Nossa região é agrícola, cerca de 60% da população está no interior e, com isso, a demanda é por capacitações. A Casa Familiar vem ao encontro disso”, avalia o secretário municipal da Agricultura, Nei Kukla. Para ele, a capacitação é o primeiro passo para incentivar os jovens a continuarem no campo. “Muito se fala para se evitar o êxodo rural, se o jovem não tiver renda, ele não fica. A Casa é uma primeira capacitação. As faculdades ajudam neste complemento do conhecimento”, avalia.

A Casa Familiar Rural é a única em União da Vitória. Na região, as cidades vizinhas de Paulo Frontin e Cruz Machado também oferecem o modelo. Por ser mais rural que União, as duas cidades só atendem estudantes de seus municípios, por conta do número maior de alunos. A Casa Familiar em União da Vitória se mantem a partir de convênios feitos com as prefeituras parceiras. Promoções ao longo do ano também incrementam o caixa.