Santin frustra agricultores

Preço do feijão encolhe e agricultores ficam insatisfeitos

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Atualizado há 7 anos

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Cruz Machado responde por 30% do que é produzido no País, na agricultura familiar

Alberto Santin, ainda não se sabe se é para comemorar ou lamentar. O Paraná vai colher, logo na primeira safra, 19% de feijão a mais que na safra anterior. Tinha tudo para dar certo, no ciclo anterior, foi registrada uma quebra na safra do feijão, por isso os produtores do elemento principal das refeições brasileiras, resolveram apostar na produção deste ano. Resultado: a colheita foi proveitosa.

Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), 75% da safra já foi colhida.O problema é que o preço caiu e os compradores não querem pagar o mesmo preço do ano passado, quando o grão estava supervalorizado. Para se ter uma idéia, um feliz produtor rural vendeu por R$ 120 a saca em novembro, bem diferente dos R$ 171 e até R$ 200 do ano passado.

O produtor rural Alberto Santin, diretor de uma importante cooperativa agropecuária de Pato Branco, deu um exemplo interessante: “Se eu como comprador, quero pagar R$ 100 e o produtor quer R$ 200, não dá negócio nunca”,  explicou. Para piorar, a situação pode ficar mais complicada, quando entrar a segunda safra de feijão. O discurso desanimou agricultores que apostaram na cultura do feijão preto. A projeção é de 405, 5 mil toneladas, ou 36% a mais do que na safra passada. A solução é guardar o feijão para comercializar mais a frente ou esperar as janelas de redução de oferta do feijão, para tentar recuperar o prejuízo.

Cruz Machado é grande produtor de feijão

A cidade vizinha de Cruz Machado está entre os maiores produtores de feijão preto do Brasil na safra 2016. Segundo informações do setor, os volumes só serão de fato numerosos a partir da segunda quinzena de janeiro. Ainda é cedo para expressar em números o potencial da colheita na região para o ano de 2017. O que já se pode adiantar é que o mercado de feijão preto poderá ter alta nas ofertas a partir de fevereiro, com a entrada da safra Paranaense.

O que já se pode afirmar é que em Cruz Machado são em torno de 3 mil produtores de feijão preto, o que corresponde em 30% do que é produzido no País, na agricultura familiar. Na agricultura do município, o feijão preto é um dos mais importantes porque é cultivado em quase todas as propriedades e responde por 60% da renda agrícola.