ARTIGO: Etiqueta empresarial II

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Atualizado há 10 anos

Por Alvaro Concha

Após algumas indagações e, algumas observações também, sobre o artigo de semana passada sobre este mesmo tema, achei relevante escrever mais algumas palavrinhas sobre esta tão polemica carência que as empresas brasileiras vem apresentando.

Entendo que as empresas brasileiras passaram por vários processos de evolução nas últimas décadas, assim, na década de 1.990 foi a adequação ao processo de estabilização da economia e à abertura dos portos as nações amigas. Já na década dos 2.000 vieram os tempos de “enxugar a máquina”, modernizar o parque fabril e preparar-se para a concorrência e agora, na década dos 2.010 o processo certamente é o de ajuste de conduta empresarial, pois o amadorismo em Gestão de Recursos Humanos está deixando clara nossa incompetência.

E interessantemente aquelas empresas que se preocupam com seus recursos humanos, que agem de maneira ética, responsável e principalmente honesta com seus funcionários, são as empresas que se destacam no mercado. E a constatação que venho fazendo nos últimos 5 anos de consultorias é que quanto maior o índice de “honestidade” mais bem-sucedida a empresa se torna no mercado. São raras as empresas que tenho consultado que conseguem unir práticas de gestão de Recursos Humanos dos anos 60 ou 70 e sucesso ou liderança no mercado.

Teço esses comentários acerca de honestidade, de ética, por serem elas as melhores e mais adequadas ferramentas de etiqueta profissional. Muitos autores se arriscam, em todas as áreas do conhecimento, a afirmar que estamos numa nova era da humanidade, e nas empresas, não poderia ser diferente.

Um dia destes ouvi o depoimento de um índio Cherokee, escrito na década de 1.920 que dizia mais ou menos assim:

“Em nosso vale viviam milhares de índios, éramos felizes, caçávamos, construíamos nossas ocas, ensinávamos nossas crianças a serem adultos dignos. Um dia apareceu o homem branco oferecendo-nos um acordo formalizado e firmado que dizia que nosso vale seria preservado para nossa tribo desde que não saíssemos de determinadas fronteiras. Aceitamos e respeitamos tanto o acordo que aqueles que saiam dos limites eram castigados como marginais… um dia o homem branco voltou informando-nos que o acordo havia sido mudado e que teríamos que sair dali e ir para outras terras, provavelmente terras que os brancos não queriam…”.

Após 150 anos é isso que continuamos oferecendo? Não há etiqueta empresarial melhor do que cuidar do ser humano!

Alvaro Concha é consultor de empresas (alvaroconcha@gmail.com)