Crise no setor de vistoria veicular

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Atualizado há 6 anos

Por Felipe Geremias, Presidente da Associação Catarinense de Empresas de Vistoria Veicular (Acevis)

Temos sido bombardeados todos os dias sobre as mais diversas informações referentes à crise política e econômica que o nosso Brasil atravessa. Em meio ao noticiário sobre as operações da Polícia Federal, a crise se alastra – infelizmente – para estados e municípios. Termos como déficit fiscal, aumento ou queda de arrecadação, reformas trabalhistas, previdenciária e política passaram cada vez mais a fazer parte de nosso cotidiano.

A crise bate à porta e o que precisamos fazer? Reduzir os custos. Comparando com a nossa situação em particular, caro leitor, seria como se precisássemos cortar gastos aqui e ali dentro de nossas próprias casas. E não é apenas o que chamamos de supérfluo. É reduzir gastos mesmo.

O governo cada vez mais precisa de setores que geram empregos e consequentemente, consumo. No caso de Santa Catarina em particular, o setor que representamos, o da vistoria veicular, gera mais de dois mil empregos em cerca de 300 empresas. E o que acontece? Passamos por um momento difícil. Dedicamos cerca de 45% dos valores recebidos apenas para pagar impostos. Para fazer uma comparação bem simples, é como se você tivesse que pagar quase metade do que ganha todo o mês para o governo. Ou seja, seu “sócio”.

Por isso, a Associação Catarinense de Vistoria Veicular (Acevis) criou uma campanha para que a população conheça a tributação realizada sobre cada procedimento. Nossa ação visa informar sobre o impacto na situação financeira de todo um setor e demonstrar que o modelo de gestão adotado pelo governo catarinense, em particular o portal ECV, além de se mostrar mais oneroso aos contribuintes, vai na contramão dos modelos adotados maciçamente por outras unidades da federação, as quais optam pela segura e eficiente interligação entre sistemas públicos e privados de vistoria.

Estamos com dificuldades para crescer, manter e gerar novos empregos, devido, principalmente, à miopia latente do nosso “sócio”, que insiste em estrangular todo um setor ao invés de admitir que o modelo adotado não é eficaz e muito menos seguro. Tudo isso é uma pena. Lamentamos muito essa intransigência das autoridades locais, que parecem não saber o que há por trás, ou sequer a importância de realização de cada vistoria. A Acevis entrou com uma ação contra o Governo do Estado de Santa Catarina questionando a legalidade da taxa de R$ 27,00 que vem sendo cobrada a cada vistoria realizada, desde março deste ano, sobre as 280 empresas que realizam vistoria. A Acevis quer entender o motivo da taxa impetrada por meio de portaria do Detran-SC. E que os valores sejam depositados em juízo até que o processo seja encerrado.