EMPÓRIO DO EMPRESÁRIO: O empresário artista

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Atualizado há 7 anos

Antônio da Silva Prado, ou Conselheiro Antonio Prado, filho de rico cafeicultor da capital do estado e neto do Barão de Iguape, título recebido pelos relevantes serviços que prestou à causa público era considerado como sendo um membro aristocrata da cafeicultura paulista, foi chefe de polícia, deputado estadual, além de ser deputado federal, quando o título ainda era de deputado-geral, conselheiro do Império, senador e por último, primeiro prefeito da cidade, quando ainda o título era de “intendente”, para ser mais preciso em 1899, permanecendo no cargo por 12 anos. Antonio Prado, que hoje é nome cidade gaúcha, teve sua carreira admirada quando participou da redação da Lei Áurea (Lei da abolição da escravatura brasileira, em 1888), porém para ter esse privilégio, era necessário ter muito capital, e segundo se estima, Antonio tinha aproximadamente 20 milhões de pés de café, investidor imobiliário (criou o balneário do Guarujá no estado de São Paulo), dono de banco, de estradas-de-ferro, de reflorestamento, de frigorífico, além de muitas fazendas.

Antônio casou-se com Maria Catarina da Costa Pinto e Silva e tiveram oito filhos, entre eles Paulo da Silva Prado, no ano de 1869, mais conhecido como Paulo Prado.

Quando recém-formado na faculdade de direito viajou com seu tio, Eduardo Prado para Paris. O círculo de amigos de Eduardo era composto de nomes ilustres como: Eça de Queirós (1845-1901), Graça Aranha (1868-1931), Afonso Arinos de Melo, Franco (1868-1916), Oliveira Martins (1845-1894), Barão do Rio Branco (1845-1912), Olavo Bilac (1865-1918), entre outros o que  aprimorou fortemente a intelectualidade de Paulo Prado.

Paulo Prado foi um homem tão influente ou até mais que seu pai e seu avô, demonstrando uma visão fantástica para os negócios, foi considerado em sua época o homem mais rico do Brasil, pois além de possuir as maiores fazendas do estado de São Paulo, controlava uma estrada de ferro, possuíam uma firma de comissários de café, um banco, uma exportadora, estâncias de gado que supriam sua própria fábrica de carne enlatada, uma indústria de vidro, uma fábrica de papel e uma indústria pioneira de processamento de juta.

Já em 1922 ocorre no Brasil, um movimento artístico e cultural importantíssimo para o país, por representar não só uma ruptura com o passado, mas também com a forte influência europeia, além de mostrar-se como uma renovação do conceito de arte, que passaria de ter somente uma linguagem única para uma linguagem múltipla, como por exemplo a poesia, que passaria de ser declamada e não somente escrita, ou a arte plástica que passaria a ser expressa, a partir de agora, em forma de telas, esculturas e maquetes de arquitetura.

E, contraditoriamente, apesar de todo o seu poderio financeiro, este empresário, tema de nosso artigo transforma-se num notável, pois une-se a Di Cavalcanti e organizam a semana da Arte Moderna de 1922. Uma mostra de que poderio financeiro, artes e ciências podem sim caminhar juntos, fazer história e transformar.

Alvaro Concha

Consultor de empresas

alvaroconcha@gmail.com