Julgamento sumário

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Atualizado há 7 anos

Depois da divulgação bombástica e porque não dizer apoteótica da operação Carne Fraca, a poeira começa a assentar. E aí com mais calma, as cabeças começam a raciocinar com mais lógica. É um fato cultural do momento. Passado o impacto da informação mal difundida, ou por incompetência dos pseudo-repórteres ou por puro maquiavelismo mesmo; os resultados podem ser catastróficos para um mercado sólido, como o da exportação da carne brasileira. Num universo de mais de 4.837 unidades sujeitas a inspeção federal, ou seja, empresas que processam e vendem carne e seus derivados, 21 supostamente caíram em desgraça.

O efeito é devastador para as outras 4.816, sujeitas a serem riscadas do mapa do mercado internacional, fora a desconfiança interna. Aqui mesmo no Vale do Iguaçu, uma empresa sólida como a Breyer, enfrentará prejuízos morais e financeiros, porque, segundo a empresa, três dos 33 funcionários investigados, suspeitos de corrupção ativa, num universo de 11 mil funcionários, assinou alguns certificados de inspeção federal de mel tipo exportação.

Em meio a notícias sem comprovação de origem, blogs e suas opiniões oportunistas e desconectadas da realidade, o julgamento chega em questão de segundos, contrariando a premissa da justiça de que todo mundo é inocente até que prova em contrário. As notícias falsas se contrapõem ao jornalismo sério, investigativo e responsável. O objetivo é bombar, a qualquer custo.  Nesse momento é possível contemplar, sem poder fazer muita coisa a implosão de um dos mercados mais lucrativos e promissores da nossa já abalada economia, fragilizando ainda mais nossas receitas, comprometendo a balança comercial do país e o orgulho nacional já por demais ferido.

Mesmo na Lava jato, ou em investigações que nem começaram a ser feitas aqui mesmo no Vale do Iguaçu e que envolvem políticos, funcionários públicos e empresários, os envolvidos já foram condenados antes mesmo do fim do processo. É preciso ter responsabilidade na divulgação dos fatos, sem perder o senso de justiça, preservando as instituições, o indivíduo e o direitos do cidadão e do público.