O Brasil que queremos!!!

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Atualizado há 5 anos

Há um ditado moderno que diz que: “Quando os que mandam perdem a vergonha, os que obedecem perdem o respeito por eles”.

E foi isto o que possivelmente aconteceu por aqui.

Não é verdade que o Brasil está dividido entre dois extremos. Porém, há de se reconhecer que a Raiva, a insegurança e a tristeza são atualmente emoções a flor da pele dos brasileiros.

A população da maior democracia da América Latina sofreu um recorde de 63.880 homicídios no ano passado e está cansada de ser responsabilizada por todos os males do País, enquanto seus governantes agem como se não tivessem nada a ver com isso.

A maioria das pessoas parece ter cansado não apenas da roubalheira, mas também de ser chamada de machista, racista e homofóbica. Parece exausta de ouvir que rico não tolera pobre em avião ou na universidade (há gente assim, mas uma parte ínfima e risível da sociedade).

A divisão política que ocorre com a sociedade durante o período eleitoral é esperada no curso das democracias. Uma eleição contrapõe visões distintas sobre os rumos de um país e é de sua natureza opor opiniões e crenças diferentes, mas em uma competição que se encerra assim que são apurados os votos – e não quando os “inimigos” são dizimados, como em guerras.

Nesta disputa atual, tem prevalecido o discurso sectário e a negação do diálogo para a construção de um compromisso nacional. Mas a chance disto tudo ser apenas teatro e encenação como todas as campanhas até aqui, é real.

A polarização é própria da política eleitoral. Porém, passada a eleição, deve prevalecer um espírito de boa vontade entre todos os cidadãos, governantes e governados, para que as dissensões não deem início a outra crise, esta sim de consequências imprevisíveis. E o vencedor tem o dever e o compromisso de incorporar este espírito.

Estaremos relativamente bem governados aqui no Paraná e também em Santa Catarina, independente de quem seja eleito. Conheceremos nossos futuros governantes provavelmente em um saudável segundo turno, porém existe chance desta definição ocorrer neste final de semana.

A eleição em primeiro turno ou com folga, dá maior legitimidade ao vencedor e, igualmente, lhe aumenta a responsabilidade.

É improvável que o eleito, seja quem for, conte com a simpatia ou a boa vontade da imensa maioria da população, nos estados ou na federação. Mas na manhã pós eleição, nós acordaremos para mais um dia de trabalho duro, e alguns de nós terão a árdua missão de preparar um governo em crise e carente não apenas de um discurso, mas de gestos de união.

A exemplo das instituições que lhe servem e compõe, nós deveremos estar preparados para aceitar o resultado das urnas, sejam qual forem. Não será com o aprofundamento das diferenças que haveremos de reencontrar o caminho para um futuro de paz, tranquilidade política e estabilidade econômica.

Já é conhecido o trabalho que deve ser feito tanto pelo próximo governo como pelos congressistas para que, nos próximos anos, possamos sanear as contas públicas, atrair novos investimentos e voltar a crescer. Sugestões não faltam e são de conhecimento geral, tendo a disposição estudos assinados por especialistas genuinamente preocupados com nosso progresso.

Há problemas concretos que demandam rápidas ações. Milhões de brasileiros desempregados esperam poder voltar a trabalhar vença quem vencer. A despeito das preferências políticas de cada um, o momento é de assunção de um compromisso sério em torno de uma agenda de medidas essenciais, sem as quais qualquer debate político não será mais do que gritos de torcedores.

Como costuma acontecer quando a democracia está em risco, é a unidade dos que acreditam nela – independentemente de suas diferenças – que no final sempre a resgata. E no Brasil deve acontecer o mesmo.

Se nós quisermos.

*esse artigo foi baseado em leituras recentes