Para fazer a diferença

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Atualizado há 7 anos

O espírito empreendedor faz toda a diferença para o progresso econômico e social de uma nação. Vivemos num Estado construído com o trabalho de homens e mulheres que se vestiram de coragem para criar negócios em seus quintais com o propósito de sustentar suas famílias. Esses empreendedores ganharam o mundo. E com seu sucesso acabaram respondendo pelo sustento de inúmeras famílias catarinenses.

Um dos exemplos que me vem à lembrança é a história de Adelina Hess de Souza, que em suas viagens atrás de compradores dizia para a filha Sônia que a acompanhava: “eu só vou voltar para casa quando vender a última camisa”. Essa persistência é imprescindível a um empreendedor e foi a grande propulsora do progresso de Santa Catarina nos tempos de outrora. Mas hoje não é mais suficiente. Não vivemos como cinquenta anos atrás. O mundo está muito mais competitivo, só é possível conquistar mercados mundo afora com um ambiente interno favorável aos negócios.

O Índice de Cidades Empreendedoras, divulgado pela Endeavor, mostrou que Santa Catarina está no caminho certo: Florianópolis (2º), Joinville (4º) e Blumenau (13º) estão na lista das 15 cidades mais favoráveis para negócios. O ranking considera indicadores que vão da qualificação dos trabalhadores – reflexo das nossas instituições de ensino – a infraestrutura. Esta é a terceira edição do ranking e a evolução de nossas cidades é constante.

O Governo do Estado tem feito sua parte. Somos um dos poucos Estados que continua investindo em infraestrutura em meio à crise. Sabemos que nossa tradição de grandes empreendedores só será mantida se o ambiente for favorável. Uma das ações nessa direção é a criação de centros de inovação, que têm como objetivo estimular negócios de alto impacto. O primeiro foi inaugurado neste ano em Lages. Outros estão em construção em Chapecó, Jaraguá do Sul, Joaçaba, São Bento do Sul e Tubarão, Itajaí e Blumenau. Queremos mais catarinenses no topo do ranking de Cidades Empreendedoras.

Eu torço para que o espírito empreendedor tome conta também da administração pública. Precisamos de gestores e servidores criativos que, em vez de reclamar a falta de recursos, criem soluções para esse que é o maior dos nossos entraves.  A estabilidade de emprego não pode ser o único objetivo de quem faz um concurso público. Uma função no governo também não pode ser só um trampolim político para gestores. Temos que ser empreendedores públicos, querer fazer a diferença. Assim faremos de Santa Catarina um estado ainda mais próspero, modelo para o desenvolvimento do Brasil.

Antonio Gavazzoni, secretário de Estado da Fazenda e doutor em Direito Público

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