Considerado como um dos mais influentes e poderosos homens do Brasil, entre as décadas de 1970 a 2000, teve o poder de eleger e tirar presidentes, governadores, formar personalidades e até de destruir carreiras, Roberto Pisani Marinho, nasceu no Rio de Janeiro em 1904.
Seu pai, Irineu Marinho fundou o jornal O Globo, em 1925 (fato interessante é que nesse mesmo ano, seu pai vem a falecer de infarto e, mediante indicação de sua mãe, o jornal passa a ser dirigido por Eurycles de Mattos, porém Roberto Marinho lança-se a adquirir experiência profissional na empresa, no cargo de secretário). Ainda nessa época, inicia sua carreira jornalística tendo como maior “furo de reportagem” uma foto tirada do então presidente deposto, Washington Luis deixando o palácio da Guanabara. Assume o jornal, em 1931, após o falecimento de Eurycles de Mattos e inicia a sua longa carreira de inovação, pois em 1936 o jornal publica a primeira “telephotographia” da imprensa brasileira (uma foto enviada direto das Olimpíadas de Berlim por telex, mostrando uma nadadora brasileira na final dos 400 metros livres).
Nessa época, lança várias revistas, inovando o mercado gráfico no Brasil, com os seguintes títulos: O Globo Juvenil, O Globo Sportivo, Gibi (que vem se tornar sinônimo de revista em quadrinhos; o termo “Gibi” significa moleque) e O Globo Expedicionário, tablóide destinado aos soldados brasileiros que lutavam, naquela época, na 2ª Grande Guerra. Após a inauguração da Rádio Globo, em 1944, o grupo começou a tomar força, mas foi com a concessão da TV Globo, em 1957, quando Roberto Marinho tinha 53 anos, que o grupo inicia a alcançar o poderio que todos conhecem. Em 1952 é nomeado delegado do Brasil na comitiva que foi à VII Assembléia Geral da ONU, a discutir sobre direitos humanos. Em 1969 inova uma vez mais, inaugurando o noticiário mais influente do país, o Jornal Nacional.
Lembrando que até 1961 a capital federal era o Rio de Janeiro, o que impulsionou demasiadamente o crescimento do grupo.
Poucos sabem que era um adepto do esporte e disputou várias provas de caça submarina (esporte que praticou até os 80 anos), automobilismo e hipismo. Neste último esporte, tendo, inclusive, vencido algumas provas. Porém muito mais importante que seu espírito esportivo, Roberto Marinho certamente foi durante mais de 3 décadas considerado o homem mais poderoso do Brasil, por sua rede de emissoras de TV e de rádio e seus jornais sempre informando com parcialidade, tomando partido. Num documentário inglês chamado “Muito além do cidadão Kane”, foi duramente criticado por ter apoiado o Golpe Militar de 1964, porém em 2013 o site do grupo reconhece publicamente que apoiar o Golpe militar foi um erro.
Independente das críticas sobre a sua conduta ética como jornalista, como empresário sua trajetória é impecável, deixou um patrimônio aproximado de US$ 1 bilhão, seu canal de televisão, a Rede Globo, se tornou sinônimo de qualidade abrangendo 99,84% do enorme território brasileiro e detendo 74% da audiência no horário nobre.
Alvaro Concha
Consultor de Empresas