Há tempos a economia da região dos municípios de União da Vitória (PR) e Porto União (SC) tem sido impulsionada pelas instituições de ensino superior instaladas aqui. E não faltam opções. Privadas, pública gratuita e pública paga, como o Centro Universitário de União da Vitória (UNIUV). Com mensalidades mais baratas em razão da isenção de impostos, a UNIUV é mantida por uma fundação municipal que goza de autonomia administrativa e financeira. Um modelo anterior à constituição de 1988 e um exemplo de como as instituições públicas podem dar certo.
Mas o que isso tem a ver com o desenvolvimento regional? Tudo. Afinal, os recursos gerados pela UNIUV permanecem no município e na região, impulsionando a economia. Quando somadas as movimentações de todas as instituições de ensino superior em atuação por aqui o que se constata é exatamente o inegável: o ciclo econômico predominante é, sim, o da educação.
Ampliar a base de atuação profissional a partir de uma qualificação técnica e pela formação intelectual é compromisso das instituições de ensino. O mercado imobiliário se mantém aquecido, o comércio se fortalece e crescem as oportunidades de trabalho. Então, por que se têm a sensação que estamos sempre parados no tempo? Se houve uma mudança cultural, ao menos em relação ao ciclo econômico, por que o desenvolvimento é tão moroso? Será falta de um engajamento dos agentes políticos? Será a falta de diálogo entre as instituições de diversos setores? Quais as razões para nossa região desenvolver-se a passos lentos?
No curso da história o que se vê são repetidas atitudes que, ao que tudo indicam, sempre são tomadas com base nas necessidades pessoais ou de pequenos grupos. Sim, o assunto é repetido, mas as atitudes coletivas demoram a aparecer. Educação e saúde, por exemplo, e vale a observação aqui, que, em nível nacional, sempre pagam a conta da má gestão ou de interesses menores. Um pouco de resgate da memória poderá responder facilmente as questões levantadas no parágrafo anterior. A ideia é, inclusive, promover essa reflexão, para que possamos debater com mais clareza e com os segmentos interessados.
Como poderá um país se desenvolver se não houver investimento na educação em todos os níveis? Como poderá uma região se desenvolver se não houver educação de qualidade em todos os níveis? Não haverá progresso se não houver propostas condizentes com o interesse coletivo. Quando passarmos a entender que é necessário ofertar variedade de serviços, e não sempre os mesmos, as chances de sucesso para todos serão maiores. E isso vale para a educação em todos os níveis. De nada adianta, por exemplo, a oferta dos mesmos cursos. Vamos explorar as possibilidades e o potencial de nossa região. Vamos levar a região de União da Vitória para o mundo.
Atualmente já são 130 milhões de usuários de internet no Brasil, dos quais 122 milhões estão conectados às redes sociais. Desses usuários, 90% faz uso da internet todos os dias. Aliás, como já disse Juremir Machado, em A Sociedade Midíocre, “nunca se publicou tanto sem dizer tão pouco”. Ele tem razão.
Talvez seja hora de dizermos algo mais. Talvez seja hora de agirmos mais. De dialogarmos mais e de promovermos os interesses coletivos ante os individuais.
A educação é quem possui as diretrizes para debater as possibilidades reais de desenvolvimento e a UNIUV está pronta para participar desse processo.
PROF.DR. LÚCIO KÜRTEN DOS PASSOS
VICE-REITOR DO CENTRO UNIVERSITÁRIO DE UNIÃO DA VITÓRIA | UNIUV