Parque João Maria é interditado novamente

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Atualizado há 6 anos

29744576_2397260356966960_7737516184408945545_oHá dois meses, o Parque João Maria, no centro de Porto União, foi interditado. Quem aproveitou o feriado de Páscoa para visitar o Vale do Iguaçu, se surpreendeu com o letreiro da interdição, junto com a cerca de limite, colocada logo na entrada de um dos principais locais turísticos da cidade. A medida, garante o responsável pela Secretaria da Cultura e de Turismo, Sérgio Buch, foi necessária diante das condições da passarela de madeira. Algumas estão quebradas, outras fora de padrão. “Já em fevereiro, constatamos que a passarela que dá acesso ao pocinho do João Maria está em péssimas condições. A madeira está apodrecendo, com risco das pessoas se machucarem. Interditamos a passarela há dois meses já. Neste interim, o prefeito mandou fazer um projeto de restauração. Vamos fazer uma nova passarela, com madeira ecológica. O projeto está orçado em mais ou menos R$ 80 mil, só o tablado”, explica.

No entanto, uma visita mais detalhada no local, fez com que os engenheiros da prefeitura decidissem pela reforma, também, das vigas que sustentam a plataforma de madeira. “Ali tem uma mistura de vigas de eucalipto já apodrecidas e postes retirados da rede pública. É uma gambiarra”, descreve Buch. “O prefeito entende que não adianta colocar uma boa estrutura em cima disso. Então, a prefeitura vai fazer também toda a estrutura em concreto embaixo”, completa.

E, uma coisa deve levar a outra. É que o local de orações, onde os pedidos e os batizados acontecem, também devem entrar neste novo pacote de ajustes. A ideia é deixar o ambiente mais limpo, inclusive, com proteção nas vertentes de água. “Estamos procurando parcerias para fazer um trabalho de proteção dos olhos d’água. Além disso, vamos colocar também uma prateleira, para colocar os votos de quem é fiel. Vamos ter um espaço também para acender as velas”, explica o responsável pela secretaria. Estas ideias são recentes, fruto de uma visita feita por Buch na cidade de Lapa (PR). “Estive no Parque do Monge na cidade e fiquei impressionado com a limpeza e organização. No local onde tem a água, não se acende vela, não se coloca os votos, porque isso vira um lixedo (sic) danado. Vou mais longe. Lá eles têm uma associação de amigos do pocinho. Vamos tentar criar isso aqui também”, antecipa.

A reforma do Parque Monge João Maria tem prioridade no governo municipal, pois vai se juntar ao projeto ‘No rastro do João Maria’. Esse projeto será um caminho para se percorrer lembrando a história do monge e passar justamente onde ele realmente pisou. Um pé com a cruz do Contestado é a logomarca do programa.

Essa não foi a primeira interdição no Parque. Em 2013, cinco anos após a inauguração do complexo (que aconteceu em 2008), uma interdição já havia acontecido. E pelos mesmos motivos. Conforme explicou na época o então secretário da Cultura e do Turismo, José Carlos Gonçalves, os pilares da passarela apresentavam pontos de apodrecimento.

Castelinho será reaberto

Completou em fevereiro de 2018, um ano da interdição da Casa Cultural Aníbal Khury, o popular Castelinho, em Porto União. Embora o gesto já tenha completado até aniversário, apenas agora o fato chama a atenção da comunidade.

Conforme mostrou O Comércio em novembro de 2017, a interdição aconteceu após uma vistoria feita pela divisão técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e que constatou rachaduras nos forros. “Este Castelinho foi construído em alvenaria, tem uma estrutura fortíssima. Levei pessoalmente engenheiros lá e eles garantiram que não há risco do prédio ruir. Mas como foi constatado pelo IPHAN e pelos engenheiros do município, houve infiltração. No segundo pavimento, o forro é de estuque, que parece alvenaria. É uma casca, superficial. Por conta da infiltração, há rachaduras seríssimas, com risco de perder um valioso patrimônio”, pontuou Buch para àquela edição.

No ano passado, a decisão da equipe de Cultura e do Turismo era de montar um projeto de restauração para apresentar à Fundação Catarinense de Cultura (FCC), já que o Castelinho é imóvel tombado pelo órgão desde 1998. Contudo, agora, o cenário mudou. “O projeto não avançou, até porque recebemos do prefeito uma ordem para providenciar imediatamente a reabertura do Castelinho, independente do projeto de restauração. Mudou o governo de Estado, toda a direção da FCC, quer dizer, você vai começar um projeto tudo de novo, chegar lá e a pessoa que vai cuidar disso vir aqui ver. Então recebi a autorização do prefeito para pintar o prédio por fora, dar uma aparência melhor nele e é para providenciarmos a abertura imediata”, anuncia.

De fato, o prefeito Eliseu Mibach confirma a reabertura do espaço. Segundo ele, a medida não coloca o município em uma situação desconfortável com a FCC. “Vamos abrir o Castelinho para que toda a população tenha condições de usar, vamos fazer mostras de artesanato, exposições de quadros, de pinturas, vamos ter aulas de pintura, de violão. O Castelinho passará por uma intervenção de reforma para nós mantermos esse patrimônio em boas condições. E ele estará aberto a toda a população, principalmente com zelo e cuidado, bem ao contrário do que acontecesse em muitas cidades por aí. Estamos procurando manter o patrimônio”, afirma.

Estrutura

O projeto de reforma da plataforma do Parque João Maria deve ser encaminhado para licitação nos próximos dias. A expectativa é de que este processo leve cerca de dois meses. Até lá, quem quiser visitar o Parque, pode fazer isso, mas por caminhos bem simples, feitos pela própria comunidade. Na verdade, é uma pequena trilha, de chão batido, que também leva ao poço. O portão principal segue aberto, garantindo as visitas. “Mas tudo o que está sendo feito agora é para ser definitivo. Não será feita nenhuma gambiarra agora”, sinaliza Buch.