AMBULANTES: Cresce número de vendedores informais em União da Vitória

Pesquisa divulgada na semana passada pelo IBGE mostra perfil da população trabalhadora

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Atualizado há 6 anos

(Foto: Mariana Honesko).
(Foto: Mariana Honesko).

Especialmente há um ano, conforme dados da prefeitura de União da Vitória, o número de trabalhadores ambulante cresceu na cidade. Embora não haja dados comparativos, os atuais comprovam a elevação. Trabalham no mercado informal na cidade, 63 pessoas. A maioria, na venda de alimentos, prontos ou feitos na hora (como os food truck’s, por exemplo). A crise, que pegou geral, movimenta o setor informal: muitos dos que estavam sem trabalho ou ganhando pouco, escolheu a modalidade para incrementar a renda familiar.

É o caso da dona Denise. Ela mora no bairro Lagoa Dourada, em União, e desde o começo do ano decidiu vender cocadas. O dinheiro da semana, algo em torno dos R$ 100, dá folego para pagar as contas da casa e sustentar os cinco filhos. Só com a renda do marido, que é pedreiro, não dava. “A crise não está fácil e o serviço difícil. Achei o jeito para ajudar o marido que só ele, não dá jeito”, sorri. Por semana, Denise faz cerca de 30 doces. “E está indo bem, já tenho clientela”, completa.

O jovem Pedro Paulo Alves herdou do pai, ambulante desde 1963, a habilidade para o negócio informal. Desde pequeno, o ajudava na venda de pipoca e hoje, vende sorvete em locais de maior movimento. “É algo tranquilo, sossegado, a gente conhece bastante gente”, sorri. Sobre a renda que tira da venda, Pedro é bem humorado mas desconversa. “Já foi melhor, mas dá pra ir levando. Não posso dizer quanto ganho porque ai vou ter muito concorrente”, diz.

Conforme a prefeitura, o número de 60 ambulantes não é exatamente a totalidade: pode haver muito mais deles, já que nem todos estão cadastrados. É o caso, por exemplo, dos ambulantes esporádicos, que não são da cidade, mas que nela, vendem “seu peixe”.

Pelo País

Na semana passada, o IBGE apresentou um novo apontamento sore o trabalho. Conforme os dados, o contingente dos desocupados no Brasil no terceiro trimestre desde ano era de 13,0 milhões de pessoas, com participação dos pardos de 52,6%; a dos brancos ficou em 35,6% e dos pretos subiu para 11,1%. No 3º trimestre de 2012, os pardos representavam 51,9% dessa população; seguido dos brancos, 38,3% e dos pretos 9,3%.

A pesquisa mostrou que, no Brasil, da população ocupada, 27,4% não tinham concluído o ensino fundamental, 57,3% tinham concluído pelo menos o ensino médio e 18,9% tinham concluído o nível superior.

Regionalmente, a análise destacou um quadro diferenciado. Nas Regiões Norte (34,7%) e Nordeste (35,7%), o percentual de pessoas nos níveis de instrução mais baixos (não tinham concluído o ensino fundamental) era superior ao observado nas demais regiões. Nas Regiões Sudeste (62,8%) e Centro-Oeste (56,4%) o percentual das pessoas em idade de trabalhar que tinham completado pelo menos o ensino médio era superior ao das demais regiões. A Região Sudeste (21,9%) foi a que apresentou o maior percentual de pessoas com nível superior completo, enquanto a Região Norte teve o menor (14,1%).

O nível da ocupação no Brasil, no 3º trimestre de 2017, foi estimado em 54,1%. Este indicador permaneceu estável comparação com igual trimestre de 2016.

Nordestinos, mulheres e pardos são maioria fora da força de trabalho

No Brasil, no terceiro trimestre, 38,2% das pessoas em idade de trabalhar foram classificadas como fora da força de trabalho (64,5 milhões), ou seja, aquelas que não estavam ocupadas nem desocupadas na semana de referência da pesquisa.

A Região Nordeste foi a que apresentou a maior parcela de pessoas fora da força de trabalho, 45,3%. As Regiões Sudeste (35,1%), Sul (35,5%) e Centro-Oeste (34,3%) tiveram os menores percentuais. Importante destacar que esta configuração não se alterou significativamente ao longo da série histórica disponível.

A população fora da força de trabalho era composta em sua maioria por mulheres. No terceiro trimestre, elas representavam 65,1%, mantendo a tendência da série histórica disponível.

Também no mesmo período, os pardos eram maioria na população fora da força (48,0%), seguidos pelos brancos (43,2%) e pelos pretos (7,9%). Frente a 2012, foi observada a tendência de queda da proporção de pessoas declaradas brancas, e aumento das pretas e pardas.