Bolsa Família injeta quase R$ 5 milhões por ano na economia local

Mais de três mil famílias são beneficiárias no Vale do Iguaçu

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Atualizado há 8 anos

Um demonstrativo do programa Bolsa Família revelou que em 2015 foram pagos quase R$ 5 milhões para beneficiários de União da Vitória e Porto União. Os dados referentes a 2016 ainda não foram disponibilizados. De acordo com o site bolsa-familia.com, em União da Vitória o mês de setembro do ano passado bateu o recorde em número de beneficiários, com 2.487 pagamentos, o que totalizou R$ 347,5 mil. Em onze meses (dezembro não havia sido computado até o encerramento desta edição), o Bolsa Família havia feito 25 mil pagamentos. O valor injetado na economia local chegou a mais de R$ 3,5 milhões.

A última avaliação do programa Bolsa Família, em União da Vitória, aconteceu no começo de dezembro de 2015. Na oportunidade, dois representantes do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) estiveram no município. Os profissionais foram recebidos pela secretária de Assistência Social, Mônica Andrea Barcelos do Amaral. De acordo com Nelson Inhaquite e Kátia Krug, profissionais que estiveram em União da Vitória, essa avaliação é realizada com o objetivo de melhorar às políticas públicas do Governo Federal. Na conversa com a gestora do Bolsa Família no município, Márcia Beatriz Leal Gasino Ribas, os representantes do MDS conheceram a estrutura utilizada para o atendimento às famílias beneficiadas, bem como receberam todas as informações necessárias para a avaliação do programa.

Porto União

Em Porto União, pouco mais de 800 pessoas recebem o benefício. O mês de agosto foi o auge de pagamentos, com 847 beneficiários. De janeiro a dezembro, foram pagos a 10.127 inscritos no Bolsa Família, R$ 1,4 milhão. O número de beneficiários não é exato em nenhum dos dois municípios, mas apresenta pequena variação para mais ou para menos.

É uma injeção considerável na economia dos dois municípios, considerando a grave crise econômica que atravessa o país.

Para se cadastrar no Bolsa Família em Porto União, vá até o setor responsável pelo Programa na Rua Jorge Lacerda, 18, em Santa Rosa. Só pode participar do Bolsa Família famílias extremamente pobres (com renda de até R$ 77 por pessoa) e famílias pobres (com renda mensal de R$ 77,01 até R$ 154 por pessoa).

Para se cadastrar é preciso levar os seguintes documentos: o responsável da família deve levar carteira de identidade, certidão de casamento, título de eleitor e carteira de trabalho, mesmo que não esteja assinada. Leve também um comprovante de residência (conta de água, luz ou telefone). Comprovante de renda e uma declaração de autônomo, caso não trabalhe registrado. Se for aposentado ou pensionista, leve um extrato bancário.

Quanto aos filhos, leve todos os documentos deles, certidão de nascimento, identidade, e até título de eleitor e carteira de trabalho, se já tiverem. Também é necessário um atestado de frequência escolar atualizado, comprovando que os filhos estão estudando. Lembrando que o cadastro no Bolsa Família será avaliado e, caso seja selecionado, o interessado receberá um cartão Bolsa Família no seu endereço, pelos correios, ou poderá ser retirado numa agência da Caixa Econômica Federal. Não se esqueça de cadastrar a senha do seu cartão Bolsa Família na agência da Caixa ou nas Lotéricas.

Reajuste e cortes no Bolsa Família

O novo ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, o deputado Osmar Terra (PMDB-RS) afirmou, logo após ser confirmado na equipe ministerial do governo Michel Temer, que o reajuste proposto pela presidente afastada Dilma Rousseff aos beneficiários do programa Bolsa Família será mantido. Segundo ele, o Executivo Federal vai “arrumar dinheiro de algum lugar” para bancar o aumento médio de 9%.

No início do mês, durante evento do Dia do Trabalho, Dilma Rousseff comunicou que daria um aumento médio de 9% para os beneficiários do programa a partir de 1º de junho, apesar do alerta da área econômica de que não haveria recursos suficientes. Terra criticou ainda a gestão Dilma ao dizer que houve uma “sabotagem” ao anunciar medidas sem os recursos correspondentes. Ele afirmou ainda que é preciso discutir formas de capacitar beneficiários do programa, por meio, por exemplo, de parcerias com o Sebrae e da oferta de microcrédito, para permitir a saída das pessoas.

Por outro lado, o anúncio da revisão do programa Bolsa Família, que poderia levar ao desligamento de pelo menos 10% dos beneficiários, divide a opinião de especialistas. Enquanto alguns veem na medida apenas uma prática corriqueira em qualquer programa social, outros apontam um cunho político nas alterações propostas. O novo ministro Osmar Terra anunciou na última semana um pente-fino no Bolsa Família. Atualmente, 14 milhões de famílias recebem o benefício.

A proposta do governo de Michel Temer é fazer um cruzamento de diferentes bases de dados disponíveis, com o objetivo de checar se todos os inscritos cumprem, de fato, as condições de baixa renda e as contrapartidas exigidas. Estudos indicam que 10% não se enquadrariam mais nos critérios; mas, segundo o ministro, esse percentual poderia chegar a 30%. Para o economista Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, o Bolsa Família é um dos melhores programas sociais já implementados, responsável por 20% da redução da desigualdade no país desde 2001. A vantagem do programa, segundo o economista, é que ele custa pouco (menos de 0,6% do PIB) e é muito eficiente.

O que é o Bolsa Família

É um programa de transferência direta de renda, direcionado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o País, de modo que consigam superar a situação de vulnerabilidade e pobreza. O programa busca garantir a essas famílias o direito à alimentação e o acesso à educação e à saúde. Em todo o Brasil, mais de 13,9 milhões de famílias são atendidas pelo Bolsa Família. Conheça o programa, os direitos e deveres das famílias participantes e conte com a Caixa no recebimento do benefício ou para tirar dúvidas.