Celesc apresenta maior pacote da história em investimentos em inovação

Os recursos são da própria empresa

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Atualizado há 6 anos

Eduardo Moreria, Cleverson Siewert e os representantes da Engie e da WEG. (Foto: James Tavares/Secom).
Eduardo Moreria, Cleverson Siewert e os representantes da Engie e da WEG. (Foto: James Tavares/Secom).

A Celesc lançou o maior pacote de investimentos em inovação da história de Santa Catarina, nesta quinta-feira, 27, em evento realizado na sede da empresa, em Florianópolis. Uma chamada pública divulgada no ano passado resultou na inscrição de exatamente 100 projetos. Deste total, foram selecionados por uma comissão técnica da própria empresa, seguindo critérios da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), 11 projetos na área de eficiência energética e outros 18 em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

De acordo com o presidente da companhia, Cleverson Siewert, foi um dia para entrar na história da empresa, dos contemplados e de Santa Catarina. Ele explicou que os recursos para o investimento, num total de R$ 96 milhões, são da própria Celesc. “É uma regra do setor investir em inovação. A chamada pública foi criada em Santa Catarina e determinada pela Aneel para que todas as distribuidoras de energia do país sigam o mesmo modelo, a forma mais democrática de aplicar os recursos”, destacou. Até o final do ano deverá ser aberta mais uma chamada pública para novos investimentos da Celesc em eficiência e em P&D.

O governador Eduardo Pinho Moreira, que já presidiu a Celesc, aplaudiu o lançamento do pacote de investimentos. Ao afirmar que “o mundo precisa de modernidade, de sustentabilidade e de inovação”, comemorou o fato de a companhia estar “largando na frente na parceria com inteligências”.

Para ele, o formato encontrado traduz-se em uma parceria público-privada ideal, pois envolve recursos públicos que serão investidos a fundo perdido na iluminação pública de diferentes cidades, promove uma nova concepção de geração de energia para um hospital de Joinville, com potencial de se transformar em um projeto piloto a ser replicado no estado, e vai elevar o nível de Santa Catarina no que diz respeito à inovação. “Estamos avançando por meio da soma de esforços de empresas públicas e privadas, e da academia.”

Eficiência

As prefeituras de Caçador, Campos Novos, Fraiburgo, Santo Amaro da Imperatriz, Pomerode, Itá e Modelo tiveram seus projetos de eficiência energética contemplados. Todos devem estar finalizados até o final de 2019. Serão substituídas um total de 6.118 luminárias tradicionais por lâmpadas de LED. Isso implicará na redução de consumo na ordem de 780 megawatts (MW) na iluminação pública, o equivalente ao que consomem 18 mil residências em um mês. Do total de R$ 9,5 milhões aplicados só nesses projetos, R$ 8,2 milhões serão a fundo perdido pelo programa de Eficiência Energética Aneel/Celesc. O restante será custeado pelas próprias prefeituras.

As universidades do Vale do Itajaí (Univali) e do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) também tiveram seus projetos de eficientização selecionados. Juntas, as duas fundações de ensino superior vão trocar 8 mil lâmpadas, além de aparelhos de ar-condicionado. Também vão receber a instalação de sistemas fotovoltaicos. Todas as medidas juntas representarão uma redução anual estimada em 1.250 MW, ou ao que consomem 6.247 residências em um ano.

No segmento de eficiência, uma das propostas mais importantes entre as apresentadas na chamada pública é a do Hospital Bethesda, de Joinville. Ali será instalado um sistema de geração de energia fotovoltaica com capacidade para 320 quilowatts (kW), ao valor de quase R$ 726 mil. Se as expectativas forem alcançadas, o projeto poderá ser transformado em piloto e reproduzido nos hospitais estaduais, trazendo economia com os gatos de energia para o próprio Estado. A projeção é que o Bethesda chegue a uma economia anual de R$ 80 mil.

P&D

Já os 18 projetos de Pesquisa e Desenvolvimento devem estar concluídos no prazo de quatro anos. Todas as propostas podem evoluir para modelos de negócios em mobilidade elétrica, previsão de mercado, internet das coisas, robótica, sustentabilidade, segurança no trabalho, entre outros.

Aqui também há um destaque. O projeto de maior valor, R$ 30 milhões, foi inscrito pela WEG, fabricante de motores e soluções elétricas instalada em Jaraguá do Sul, e a Engie, multinacional que no Brasil tem sede na Capital catarinense. As duas empresas vão desenvolver e certificar o que pretendem que seja o maior aerogerador do mundo, para produzir de 3,3 a 4 MW. A Celesc está nesse projeto na condição de sócia.

Novo momento

Siewert afirmou que o novo momento que a Celesc está vivendo, ainda mais voltado para inovação, resulta de medidas que vêm sendo desenvolvidas há pelo menos sete anos, envolvendo governança, transparência, métricas e metas, eficiência operacional e meritocracia, por exemplo. Os resultados alcançados, inclusive com premiações nacionais e internacionais, mostram que a direção escolhida foi a mais correta. “Inovação é um dos nossos valores corporativos”, lembrou.

As ações que promove ou que apoia, colocam a Celesc na condição de ilha de excelência no Brasil, conforme demonstrou o presidente da empresa ao trazer o Índice Global de Inovação 2017. Entre 127 países o Brasil ficou na 69ª posição. Nas Américas, excluindo Canadá e Estados Unidos, o Brasil não fica sequer entre as cinco mais avançados em inovação. “É preciso evoluir”, provocou Siewert. “Energia elétrica é fator de competitividade e lógica de investimento. Somos uma empresa que trabalha pelos resultados, não só os nossos, mas de toda a sociedade. Somos um verdadeiro time que leva energia a mais de 7 milhões de catarinenses. Mais do que isso, que leva desenvolvimento e qualidade de vida para todo estado.” No entendimento de Siewert, os resultados conquistados e o reconhecimento do setor e da sociedade são provas de acerto. “Mesmo sendo uma empresa pública, podemos ser eficientes e competitivos. Até porque nada resiste ao trabalho, a um bom planejamento e à vontade de acertar”, finalizou.