Exportação de mel brasileiro tem mercado aquecido

Empresa Breyer investe na exportação de mel e derivados para vários países do mundo

·
Atualizado há 7 anos

Mel de União da Vitória viaja por vários países do mundo
Mel de União da Vitória viaja por vários países do mundo

A empresa que começa a exportar, geralmente, faz as primeiras vendas a granel. Com o tempo, e ao conquistar a confiança dos compradores, o empreendimento pode começar a estampar o rótulo do produto com a sua marca e, dessa maneira, agregar valor ao negócio. É o que faz Breyer e Cia, de União da Vitória, empresa familiar que é a primeira empresa brasileira a produzir, comercializar e exportar produtos à base de própolis.

O empresário Daniel Breyer diz que a empresa atua desde 1995 com produtos, como a Propolina, lançada no final da década de 1970, mas que se consolidou no começo dos anos 1980. O mel Breyer ganhou mercado a partir do embargo ao mel chinês, que estava contaminado por resíduos. “Com isso se abriu a oportunidade da entrada do mel brasileiro no mercado mundial, e caiu no gosto dos clientes, por ser diferenciado, em termos de qualidade da florada”, explica.

A família do empresário Daniel Henrique Breyer tem tradição no setor. Antes de montar a empresa que leva o sobrenome da família, o avô de Daniel tinha uma escola de apicultura e fundou o negócio, em 1980, por conta de um produto a base de própolis que ele desenvolveu. O mel começou a ser exportado em 2001 e hoje é o carro-chefe do empreendimento. As exportações representam 80% do faturamento da Breyer, que cresceu em média 10% ao ano nos últimos dez anos.

Atualmente a Breyer produz mel, própolis, pólen, cera e respectivos derivados. Possui modernas instalações com capacidade para processar até 3 mil toneladas de mel ao ano, além dos outros produtos apícolas. Os produtos são obtidos em regiões de rica flora silvestre, representadas por extensas áreas de florestas, bosques, sub-bosques e campos nativos. A maioria dessas áreas são de reserva legal e de preservação permanente.

mel-beyer-valedoiguacuPara Daniel Breyer, o país precisa de profissionalismo para produzir com qualidade e investimento em mecanização para aumentar produtividade

“A conjuntura econômica que a gente tem percebido no mundo e no Brasil está boa. O mercado tem se comportado de bem, com perspectiva de crescimento”, afirma Daniel, que é diretor administrativo; o pai dele, Henrique, é o presidente da companhia. “O maior desafio que o Brasil tem hoje é aumento da produção e profissionalismo no campo”, diz Daniel.

Mercado interno

Apesar de registrar pouco consumo de mel como alimento, o mercado interno finalmente dá sinais de evolução. “As pessoas são acostumadas a usar o mel em chás para combater doenças como a gripe e outros. Na Alemanha por exemplo, o consumo de mel como alimento é dez vezes maior que no Brasil. Mas com a evolução dos conceitos de alimentação natural e saúde, nosso mel finalmente ganhou respeito, mas ainda tem um longo caminho a percorrer, analisa Breyer. Com as exportações dão bom lucro, ainda seguem dividindo atenções dentro dos planos da empresa.