Luz vai ficar mais cara

Uso das usinas térmicas pelo governo federal causam aumento da tarifa da luz em todo o Brasil

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Atualizado há 10 anos

Engenheiro Mario Veiga
Engenheiro Mario Veiga

O intenso uso de usinas térmicas está causando grande aumento nas tarifas de luz em todo o Brasil. Desde o início do ano, os aumentos determinados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) têm passado os dois dígitos, com reajuste de 16,4% na CPFL Paulista, 17,5% no Pernambuco e 29% na AES Sul, do Rio Grande do Sul. O aumento da tarifa é maior a cada mês. O reajuste no Paraná será definido pela Aneel no dia 17 de junho.

Com a falta de chuvas, os níveis dos reservatórios das hidrelétricas estão muito baixos, por isso o governo federal tem acionado as usinas térmicas, a gás ou óleo diesel, um sistema muito mais caro. “Há problemas estruturais no sistema nacional. Não se pode dizer que está tudo em ordem quando o sistema está usando todas as termoelétricas e quando as usou mesmo em tempos de chuva”, disse o engenheiro Mario Veiga, um dos maiores especialistas no setor, em pronunciamento recente nas cadeias de rádio do País.

“Os últimos anos mostram também uma série de trapalhadas do governo federal, que deixaram distribuidoras sem energia contratada, obrigando-as a recorrer ao mercado livre, pagando preços muito mais elevados”, completou Veiga.

O prejuízo tem que ser pago pelo consumidor, na tarifa, já que a culpa do desequilíbrio financeiro não é das distribuidoras, nem das demais empresas do setor.
O sistema nacional impede que uma distribuidora forneça diretamente a energia que é gerada em seu Estado. Todas as usinas do Brasil enviam a energia para o Operador Nacional do Sistema.

As distribuidoras regionais, como a Copel, são obrigadas a comprar essa energia em leilões do governo federal, pagando o preço vigente no mercado nacional. Como o uso de usinas térmicas tem sido intenso nos últimos anos, o preço da energia está em disparada.

“O governo federal não fez no final de 2012 um leilão que era para repor justamente um caminhão de contratos que acabava no final de 2012. Como as distribuidoras não podem ficar descontratadas, elas foram no curto prazo, pagando antes para repor depois na tarifa, ou seja, ficaram vulneráveis financeiramente enquanto o reajuste anual não vem. As distribuidoras não tiveram culpa nenhuma nisso”, disse Mário Veiga.

Da Assessoria