PÁSCOA: Não parece, mas venda de chocolate terá recuo

Embora os corredores estejam cheios, supermercadistas pisam no freio na hora de montar o estoque. Queda esperada é de até 10%

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Atualizado há 7 anos

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Corredores lotadas esperam os consumidores para a Páscoa, lembrada no dia 16 de abril

Os corredores dos supermercados do Vale do Iguaçu são uma doçura só. Os ovos, tradicionais na época de Páscoa, decoram os ambientes há cerca de 20 dias. São doces de tamanhos e preços variados, à espera da compra antecipada ou da correria dos dias que antecedem uma das datas mais queridas pelos baixinhos, especialmente.

Embora todo aquele brilho multicolorido encha os olhos, os donos de supermercados não estão exatamente otimistas. Em um supermercado localizado no centro de União da Vitória, por exemplo, uma queda de até 10% nas vendas é esperada. A explicação é simples: o preço subiu e a compra não satisfaz. “A grama está diminuindo nos ovos. Praticamente o que vem maior é o brinde mesmo. Os consumidores estrão mais atentos”, avalia Renan Luigi, do departamento de Tecnologia da Informação.

Por isso, os corredores estão cheios, mas já estiveram mais, em anos anteriores. Mesmo assim, os clientes já aparecem fazendo pesquisa na rede, bem como antecipando as compras, para não perder o modelo tão esperado pelos filhos, sobrinhos, afilhados. No supermercada da área central, os preços variam de R$ 6 (ovos bem pequenos, da Arcor), até R$ 70, aproximadamente, da linha Kinder Ovo e Ferrero Rocher.

A recuperação econômica também é outro fator que devem fazer as vendas caírem ou, na melhor das hipóteses, se igualar com as de 2016. O gerente  de outro supermercado, também em União da Vitória,  vê nas próprias fabricantes esse processo. “Temos várias industrias que reduziram a variedade de opções. Ano passado, sobrou muito ovo e por isso, a gente comprou igual ao que vendeu no ano passado”, explica Márcio Garozi. Nessa lista, entram também as marcas intermediárias, aquelas que são mais em conta. “O consumidor está deixando de comprar algo mais caro e nós estamos acompanhando ele”, completa.

A expectativa local combina com a pesquisa feita pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No começo do mês, a entidade divulgou o resultado do estudo, mostrando que neste ano, 39,4% dos empresários acreditam que os resultados serão inferiores aos apresentados no ano anterior. O levantamento aponta que apenas 12,1% dos empresários estão otimistas em relação à data, e projetam números superiores aos registrados em 2016. Para 48,5% dos supermercadistas, a Páscoa de 2017 deverá registrar vendas no mesmo patamar do ano anterior.

Contratação e presentes

No Vale do Iguaçu, a contratação de pessoal por conta da data não é forte. A exceção é para empresas segmentadas, como casas de chocolate ou franquias, por exemplo. Para o empresário Silvio Iwanko, do Conselho Fiscal da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), a época realmente não é a melhor para contratação, de fato. Por outro lado, é quando as vendas se pulverizam, já que o chocolate, por estar mais caro, deixa de ser o protagonista. “Vende um pouco de tudo, presentes, lembrancinhas, flores. Vende-se de tudo. A pessoa compra, não deixa de presentear”, avalia.