Trimestre fecha com desemprego recorde

Taxa é a maior desde 2012. Número de desempregados subiu quase 40% sobre mesmo trimestre de 2015

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Atualizado há 8 anos

GrXXficoXCarteiraPassou de 11% dos brasileiros que deveriam estar trabalhando ficaram sem seus postos de trabalho. É o que indicam os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desemprego ficou em 10,9% no primeiro trimestre de 2016, segundo dados divulgados na semana passada. A taxa é a maior desde o início da medição histórica da Pnad Contínua, em 2012. No trimestre anterior, encerrado em dezembro, o índice havia chegado a 9% e no primeiro trimestre de 2015, o percentual ficou em 7,9%. Segundo o IBGE, o aumento da taxa de desocupação ocorreu por causa da alta expressiva da desocupação, redução da ocupação e aumento da força de trabalho. O número de pessoas desocupadas cresceu 22% em relação ao período outubro a dezembro e chegou a 11,1 milhões, o maior número de desocupados desde o início da Pnad Contínua. Já na comparação com o primeiro trimestre de 2015, a alta foi ainda maior, de 39,8%.

Os números são ainda mais dramáticos quando se aprofundam os dados. São 11 milhões de brasileiros sem trabalho, queda de 2,2% de empregos com carteiras assinadas e um aumento de quase 40% em relação ao mesmo período do ano passado.

Taxa de empregos no recuo

GrXXficoXDesempregoNa outra ponta da balança, a população ocupada, somou 90,6 milhões de pessoas, e apresentou recuo de 1,7% sobre o trimestre encerrado em dezembro do ano passado e 1,5% sobre o período de janeiro a março de 2015. O número de pessoas empregadas com carteira assinada também caiu e chegou a 34,6 milhões. Sobre dezembro, a diminuição foi de 2,2% e sobre os primeiros três meses de 2015, de 4%. A maior redução partiu da indústria geral (-5,2% sobre dezembro), seguida pela construção (-4,8%) e pela administração pública (-1,9%). Contudo, sobre o trimestre de janeiro a março, houve alta do número de ocupados em transporte, armazenagem e correio (4,3%); serviços domésticos (4,3%) e alojamento e alimentação (4%), entre outros setores. Com a redução das ofertas de emprego, o número de pessoas que optaram por trabalhar por conta própria cresceu em ambas as comparações. A alta foi de 1,2% sobre o trimestre de outubro a dezembro de 2015 e de 6,5% em relação ao primeiro trimestre de 2015.

E o salário, ó…

GrXXficoXTrabalhistasDe acordo com o IBGE, o primeiro trimestre deste ano mostrou que o rendimento médio recebido pelos trabalhadores ficou R$ 1.966, 3,2% abaixo do registrado no mesmo período de 2015. Já sobre o trimestre encerrado em dezembro, não houve variação. Frente ao trimestre de outubro a dezembro de 2015, só subiu o rendimento dos trabalhadores domésticos: 2,3%. Já sobre o primeiro trimestre de 2015, houve redução dos ganhos para a categoria dos trabalhadores por conta própria: 3,9%. A massa de rendimento real habitualmente recebida em todos os trabalhos (R$ 173,5 bilhões) ficou estável em relação ao trimestre de outubro a dezembro de 2015 e teve queda de 4,1% frente ao mesmo trimestre do ano anterior.

O que é a Pnad contínua

É uma pesquisa por amostra probabilística de domicílios, de abrangência nacional, planejada para atender a diversos propósitos. Visa produzir informações básicas para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País e permitir a investigação contínua de indicadores sobre trabalho e rendimento. A PNAD Contínua segue um esquema de rotação de domicílios. Isso significa que cada domicílio selecionado será entrevistado cinco vezes, uma vez a cada trimestre, durante cinco trimestres consecutivos.