APADAF: Repasse insuficiente limita trabalho

Entidade atende a região, mas tem apenas dois convênios firmados. Para cobrir despesas, prefeitura de União da Vitória terá que aumentar valor do repasse

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Atualizado há 6 anos

apadaf-educacao-atendimento (1)Do alto de seus 37 anos, a Associação de Pais e Amigos de Deficientes Auditivos e da Fala (Apadaf), de Porto União, vive dias de preocupação. O problema é a entrada de recursos: a entidade, que entre outras fontes, depende de auxilio público para manter suas atividades em dia, está com déficit. Os convênios com os municípios de União da Vitória e Porto União, por exemplo, são as maiores fontes de arrecadação da entidade que, além disso, também conta com um centro de captação de recursos – hoje, uma importante fonte – e, ao longo do ano, faz várias promoções para arrecadar dinheiro. Embora atenda toda a região, a entidade tem apenas acordo firmado com as duas prefeituras do Vale do Iguaçu.

Segundo informou à reportagem de O Comércio o presidente da Apadaf, Eufrásio Barros, os valores recebidos atualmente não cobrem todas as despesas. Barros pontua especialmente a posição da prefeitura de União da Vitória. Segundo ele, para ser viável, o repasse anual (dividido em parcelas, conforme o Termo de Colaboração) deveria ser de R$ 36 mil. “Mas no momento ele é de R$ 24 mil, divididos em R$ 2 mil por mês”, afirma. “Esperamos que o ano que vem, ele reveja isso”, ressaltou.

Danilo Delonzek, da assessoria de comunicação da prefeitura, confirma o valor, mas faz ressalvas. “A gente está trabalhando para aumentar, vendo com o financeiro, mas agindo com responsabilidade. Estamos estudando a melhora do repasse”, disse, por mensagem de voz em um aplicativo.

Com a prefeitura de Porto União, a situação está mais estruturada. Na sexta, 21, em uma cerimônia realizada no gabinete do prefeito Eliseu Mibach, aconteceu a renovação do convênio para repasse de recursos aconteceu. A partir do próximo mês e ao longo dos outros sete, a Apadaf vai receber R$ 3.263,68, o que totaliza, no final das parcelas, R$ 26.109,44. “Em 2017, mudou o sistema do Termo de Fomento. Mas assinamos o documento, viabilizando e aumentando os valores a partir de outubro, para que a instituição continue com o trabalho”, disse Mibach. “Só temos o que agradecer a prefeitura e aos vereadores porque com o recurso vamos fazer a reforma da parte de baixo do prédio. É só assim que a gente pode melhorar o atendimento”, completou Barros.

Estrutura cara

apadaf-educacao-atendimento (4)Como apurou em outra matéria O Comércio, além da manutenção do prédio e de equipamentos específicos para tratamento dos alunos, a Apadaf tem uma estrutura funcional complexa. Sete professoras são cedidas pela Fundação Catarinense de Educação especial (FCCE). Outros 18 funcionários estão na folha de pagamento da instituição: uma secretária, uma auxiliar administrativa, cinco fonoaudiólogos, uma psicóloga, uma assistente social, uma merendeira, duas serviços gerais, três mensageiros e três operadoras de Telemarketing, além da diretora pedagógica e da orientadora pedagógica. O levantamento foi feito pela reportagem na metade do ano passado.

Setembro Azul: pela comemoração do Dia do Surdo

A escolha do mês de setembro para o movimento não foi feita por acaso. Setembro tem datas importantes para a comunidade surda, como por exemplo, a criação da primeira escola para surdos no Brasil, há 160 anos (ela foi fundada em 1857, no Rio de Janeiro). Por isso, o mês todo veste-se de azul, tom escolhido para a campanha.

As mobilizações lembram a conscientização sobre a acessibilidade e a comemoração das conquistas obtidas ao longo dos anos. “O ano todo é importante, mas setembro, para a comunidade para nós da Apadaf, é para conscientizar a comunidade”, confirma a diretora da instituição, Sandra Mara Wimmer. Conforme ela, o surdo pode trabalhar, estudar e ter uma vida normal. Mas, por conta do preconceito que ainda existe, isso não acontece de maneira plena. O Setembro Azul vem para tentar mudar tudo isso.

“O surdo precisa de apoio, amor e oportunidade e isso acontece através da sua comunicação. Quando a gente fala em acessibilidade, é importante ir além das rampas, das vagas para estacionar. A Lei é bonita no papel, mas a Apadaf tem um trabalho árduo para frente”, afirma Barros.

Centro de captação de recursos

apadaf-educacao-atendimento (2)Para melhorar a arrecadação e garantir o bom atendimento de seus 133 alunos, a Apadaf mantém o Centro de Captação de recursos. A ideia é arrecadar fundos manter a casa funcionando.

Os responsáveis por esse setor, entram em contato via telefone com os moradores da região e pedem ajuda. Ao aceitar, a pessoa faz um cadastro e os mensageiros da instituição vão até a casa do doador receber o dinheiro. Caso a pessoa não receba a ligação dos atendentes, basta entrar em contato nos telefones 42 3524 3109, 42 3524 3105 ou 42 3524 3090 e o procedimento será o mesmo. O valor é espontâneo, da quantia que se deseja contribuir.

PACIENTES

78 de Porto União

30 de União da Vitória

14 de Cruz Machado

1 de Porto Vitória

5 de Bela Vista do Toldo

3 de General Carneiro

1 de Paula Freitas

1 de Matos Costa

Entrevista

Todo o conteúdo em áudio da entrevista está disponível na página da CBN Vale do Iguaçu, a partir do Portal VVale. O acesso é gratuito. O endereço eletrônico é o https://www.vvale.com.br/cbnvaledoiguacu.