No final de semana teve início a primeira etapa do programa Escola de Pais destinada para os tutores de alunos evadidos. O programa é encabeçado pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) junto com a Vara da Infância e da Juventude, Ministério Público do Estado do Paraná – Promotoria da Infância e Juventude da cidade. O curso é o último passo antes da penalidade monetária.
No sábado o tema ‘Limites e Disciplina na Educação Familiar: um ato de amor’ norteou a conversa entre Jair Brugnago, vice-prefeito, professor e ex-chefe do Núcleo de Educação, e os estudantes que não retornaram aos bancos escolares neste ano.
Em entrevista ao O Comércio, Ricardo Brugnago, disse que o programa é mais uma forma de proteção à criança e aos adolescentes na busca pela garantia da qualidade educacional e desenvolvimento saudável do grupo. “O objetivo, primeiro, é a implementação de ações de prevenção e combate ao abandono escolar, evitando a infrequência escolar e efetivando o direito ao acesso, permanência e sucesso no Sistema de Ensino de todas as crianças e adolescentes, mostrando a importância da educação escolar para a formação humana”, explicou. “O programa Escola de Pais busca a orientação familiar à importância social da educação e da escola, a partir de palestras, oficinas e rodas de conversas com os pais e estudantes, sobre temas contemporâneos como os limites na educação familiar, adolescência e família, a rede de proteção da criança e do adolescente.”
A Escola de Pais tem mais dois encontros programados para os dias 21 de novembro e 5 de dezembro. O curso pedagógico é destinado aos estudantes que não retornaram para as salas de aula neste ano e conta com a participação de profissionais de diversos setores de atuação como áreas social, psicológica, saúde, educação e jurídica. Além dos filhos, os pais participam e são o principal motivo da capacitação. Para facilitar a participação dos pais, as aulas serão ministradas aos sábados das 9 às 16 horas no Colégio Túlio de França, onde já ocorreu a primeira etapa.
Na programação também está agendada discussão sobre as possíveis causas da evasão, como a violência doméstica e familiar, uso de substâncias químicas e o bullying.
DEU EM O COMÉRCIO
Na semana passada O Comércio publicou reportagem sobre o tema. Na ocasião o chefe do NRE frisou que a Escola de Pais não tem o objetivo de culpabilizar os tutores pela evasão, mas despertar a conscientização sobre a importância da escola para a vida, para formação do ser humano integral. “As causas da evasão escolar são as mais diversas e complexas, dentre elas também está a negligência dos pais, a exploração do trabalho infanto-juvenil, dificuldades pedagógicas, repetências, violência física e emocional, uso e tráfico de drogas, exploração ou violência sexual. Não podemos apenas culpabilizar os pais, pois, são questões sociais amplas, macroestruturais, o objetivo é despertar a responsabilidade de cada segmento na inclusão e permanência das crianças e dos adolescentes no sistema educacional”, declarou.