Em tempo de paralisação, participação de pais é fundamental

Dispensa de alunos por indicação dos diretores é legal mas depende da aprovação dos responsáveis

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Atualizado há 9 anos

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Cid Gonzaga tem a maior adesão de professores à greve de SC. (Foto: Mariana Honesko).

As Cidades Irmãs vivem duas grandes greves. Elas afetam os estados do Paraná e de Santa Catarina e o coração do ensino gratuito. Em União e Porto União, parte da categoria do magistério está de braços cruzados. Na prática, para os alunos, isso significa falta de aula. Para os pais, dúvidas na maneira de conduzir o cotidiano dos filhos.

Há quem questione, por exemplo, a dispensa dos estudantes quando apenas poucos alunos da turma estão presentes. Contudo, a medida, embora não prevista na legislação, está dentro da “moral” de funcionamento dos estabelecimentos de ensino. É com esta linha que vem trabalhando a maioria das unidades das Cidades Irmãs.

Em Porto União, o Colégio Cid Gonzaga, com mais de 1,8 mil alunos matriculados, enfrenta a ausência de 26 dos 75 professores. Eles estão em greve e por conta disso, já deixam uma lacuna de quase 1 mês de dias letivos (até hoje).

Conforme a diretora geral do estabelecimento, Lúcia Reisdorfer, a liberação dos alunos por conta da greve já aconteceu algumas vezes. “Mas isso só acontece com a autorização por escrito dos pais. Quem não tem essa autorização, estamos ligando e aliás, gastando bastante com telefone para garantir isso”, explica.

Lúcia explica que a greve exigiu, além desse contato mais próximo e quase diário com os pais, a montagem de um calendário especial, inclusive para o consumo da merenda escolar.

Opinião

Para o secretário da Educação de Porto União, Bento Trindade Junior, a liberação, mesmo com o consentimento dos pais, deve ser evitada. Para ele, estudante na escola, responsabilidade da escola. “Entrou na escola, a responsabilidade é dela”, reforça.

Sobre a ausência de uma legislação específica, Trindade se preocupa. “Como não tem uma regra definida, se acontece alguma coisa com esse aluno no horário de aula mas quando ele não está na escola, ninguém é responsabilizado por isso”, explica.

Na rede de ensino do Paraná, a orientação do Núcleo Regional da Educação (NRE) é para que os pais procurem a direção das escolas de seus filhos antes de mandá-los para a aula. Acompanhar os filhos até o portão da escola é outra recomendação da entidade. “É interessante que ele acompanhe o filho até a escola, para saber, certinho, se haverá ou não aula”, recomenda o chefe do NRE, Ricardo Brugnago.

É interessante, ainda, que os pais deixem uma autorização por escrito na direção, o que garante a liberação dos estudantes caso não haja aula.

 

O que fazer?

Em ambos os estados, os núcleos de Educação e até mesmo os sindicatos dos grevistas orientam que os pais procurem a direção das escolas dos filhos para saber se haverá ou não aula na semana.