Há 70 anos, nascia a Escola José de Anchieta

Instituição completa sete décadas de trabalho e acumula histórias de quem ainda sente saudades das aulas – e de quem um dia também vai ter o mesmo sentimento

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Atualizado há 6 anos

joseancheita-uniaodavitoria-educacao (1)Quem teve aula com o professor Cordovan? Quem adorava o dia do cachorro-quente na merenda? Quem estudou ali e teve como diretor o já patrimônio da instituição, Luiz Carlos Lopes? Se você respondeu “eu” à alguma destas perguntas, fez parte de uma das histórias mais especiais da educação estadual em União da Vitória. Quem disse “eu”, estudou ou estuda na Escola José de Anchieta, instituição que no dia 14, completou 70 anos de criação.

Não é pouca coisa: são sete décadas de existência, de uma instalação que ainda hoje mexe com o emocional de muita gente. O Anchieta, que fica no centro e no coração de União da Vitória, é uma paixão e o fato de ser público, não o torna mesmo polivalente que instituições privadas. Não é à toa que além de atender especialmente os jovens do anel central, o Anchieta é procurado por quem mora mais longe, em bairros mais afastados e até em Porto União, cidade vizinha que fica em outro Estado. Sim, a escola é uma das mais “queridinhas” no Vale do Iguaçu.

Por isso tudo, a direção e equipe pedagógica da escola mobilizam eventos de comemoração. Nesta semana, por exemplo, uma exposição com a galeria dos ex-diretores, com fotos antigas e com registros documentais foi aberta à comunidade escolar. Teve até varal com a evolução dos uniformes, alterados em determinados períodos. Ontem, o prédio do Anchieta foi abraçado pela comunidade, especialmente por alunos e professores, gesto que mobiliou dezenas de mãos, unidas pelo amor à instituição. E não parou por aí. “Em setembro, vamos ter o jantar de comemoração, onde vamos reunir também ex-alunos, funcionários. Estamos preparando um jantar para 300 pessoas”, antecipa a professora da Sala de Recursos e organizadora as atividades de comemoração dos 70 anos, Andréia Alves Lourenço.

Diretor desde 1995, Luís Carlos Lopes resume o que sente pelo Anchieta. “É a minha vida”, sorri, com simplicidade. Mas, mais que amor, Lopes tem pulso firme quando precisa e sim, “pega no pé” de quem precisa: afinal, são 935 alunos, matriculados nos períodos da manhã e tarde. Os quase mil estudantes, além do ensino regular, contam no Anchieta com o projeto de Vôlei, com salas de apoio e com aulas extras de Inglês e Espanhol, dentro do programa Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem), do governo do Estado. Para os superdotados ou para quem tem algum tipo de dificuldade no aprendizado, a escola dispõe também da Sala de Recursos. Aliás, é ali que ficam os pupilos da professora Andreia, ajudantes de toda a programação da semana de comemoração do aniversário.

Por dentro da história

A Escola de Aplicação José de Anchieta foi criada pelo decreto nº 9116/48, em 14 de junho de 1948. Inicialmente, era a Escola de Aplicação, uma instituição apenas para meninas, em uma espécie de Magistério. Na época, Cordovan de Melo, que exercia a função de Delegado de Ensino de União da Vitória, organizou toda a estrutura. Em julho de 1950, a primeira diretora da escola foi designada: Zoraide de Oliveira Burmester. Nessa época, o Anchieta contava com 128 alunos, distribuídos em quatro turmas.

Foi a partir de 1960 que o prédio da escola, na Praça Coronel Amazonas, começou a ser compartilhado com a então Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras (Fafi), hoje, campus em União da Vitória da Unespar.

Na escola, o Ensino Médio é mais recente: tem dez anos, fruto de uma resolução que garantiu sua implantação em janeiro de 2008.