Professores não aceitam índice de reajuste e mantém greve no PR

Governo afirma que encerrou negociações com professores estaduais e das universidades

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Atualizado há 9 anos

A quinta-feira não poderia ser pior no Paraná. O governo do estado anunciou por meio de nota oficial divulgada ontem que o reajuste salarial aos professores em greve na Rede Estadual de Ensino será de 5% e será pago em duas parcelas. A APP-Sindicato não gostou e, pelo menos por enquanto, a categoria continua em greve que chega hoje ao 21º dia. O percentual oferecido é menor do que o reajuste exigido pela categoria, de 8,17%. Ainda não há data definida para uma assembleia com toda a categoria sobre o rumo da paralisação, conforme o sindicato.

A nota diz ainda que as negociações com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) estão encerradas. A última reunião com os professores foi na terça-feira, 12, e terminou sem acordo. A nota diz ainda que “as paralisações de servidores da educação e das universidades estaduais foram consideradas abusivas pela Justiça. Com base nisso, o Governo anunciou também o registro de faltas dos grevistas para o correspondente desconto nos salários e a abertura de novo Processo Seletivo Simplificado (PSS), para a contratação de professores temporários”.

A nota oficial também afirma que o Governo ainda autorizou a Secretaria da Educação a abrir processos para apurar casos de insubordinação de diretores que, durante a greve, mantiveram as escolas fechadas ou dificultaram o acesso de estudantes e professores. Os processos podem levar à definição de penalidades aos diretores que comprovadamente se omitiram ou atuaram contra o interesse da comunidade.

Segundo a APP-Sindicato, por meio da sua diretora de finanças, Marlei Fernandes de Carvalho, “o governador Beto Richa chegou ao fim do desrespeito com os trabalhadores e principalmente com os professores e funcionários de escola. Ele está adotando medidas que nós já vimos através de outros sindicatos de outros estados. Nós já não temos professor para a sala de aula e o governo anuncia que vai fazer contratos temporários. O governo anuncia punição de falta sendo que a greve é um direito nosso. Nós entendemos que tudo isso é uma ditadura”, disse.

Servidores da Justiça Federal em greve

Ontem, funcionários do Poder Judiciário Federal e do Ministério Público da União entraram em greve por tempo indeterminado. Os trabalhadores procuraram representantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Presidência da República para negociar um reajuste de salário, com base na reposição inflacionária. O movimento ainda não ganhou força no interior, mas há indicativos de crescimento nas próximas horas. Os servidores do Poder Judiciário Federal e do Ministério Público da União (MPU) no Paraná decidiram, por enquanto, não aderir à greve nacional mobilizada pela categoria.

O Sindicato dos Servidores do MPU no Paraná (Sinasempu) informou que a diretoria da entidade deve se reunir nos próximos dias para avaliar a situação dos trabalhadores e decidir se convocam assembleia geral para deliberar sobre a paralisação. Já o Sindicato dos Servidores da Justiça Federal e Eleitoral do Paraná (Sinjuspar) disse que não há programação de greve pelos funcionários da área no estado, mas que não descartam uma possível mobilização para o dia 14 de agosto – quando ocorrerá a paralisação nacional do Judiciário Federal.

De acordo com o Sindicado dos Trabalhadores do Judiciário Federal do Paraná, os servidores vêm sofrendo uma defasagem em relação à inflação nos últimos oito anos que já ultrapassa 41%. Nos últimos anos, 2010, 2011 e 2012, o Poder Executivo cortou o orçamento do Judiciário justamente na parte que toca o reajuste dos servidores do Judiciário Federal. A reportagem de O Comércio esteve na sede da JF em União da Vitória e encontrou a agência funcionando normalmente. Ao lada da porta de entrada foi fixado um cartaz de apoio ao movimento grevista. Os servidores federais, através do Sindijuspar, querem a aprovação do PL 28/2015, a data-base e valorização da carreira, além de condições dignas de trabalho.

O projeto de reposição salarial da categoria (PLC 28/2015) está tendo uma rápida tramitação no Congresso, já tendo sido aprovado na Câmara e estando em vias de aprovação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJC). Porém, em reunião realizada na segunda-feira, 11, a presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou que o governo é contrário ao projeto, pedindo ao senador Delcídio do Amaral (PT-MS) que busque o adiamento da votação na Comissão para impedir a aprovação do PL.