Ontem, 2, pela manhã, nem o friozinho intimidou os pequenos da Escola Professor Serapião, em União da Vitória. Os alunos do quinto ano foram para a rua entregar panfletos e mudas de plantas em conscientização sobre o descarte correto de óleo de cozinha, pilhas e baterias. A ação, batizada de Pedágio Ecológico, faz parte de um projeto multidisciplinar e envolve toda a escola.
Na edição de estreia, cerca de 150 mudas e centenas de panfletos educativos foram entregues. Neles estavam explicações de como armazenar e descartar corretamente esses materiais. E o resultado? A maioria das pessoas com quem os alunos conversaram não sabia do assunto. “Nem meus pais sabiam direito, eu é que expliquei para eles”, conta orgulhoso Rauan Jokoski, de 10 anos. Rauan faz parte da turma que cuida das pilhas e, segundo ele, não quer parar de ajudar. “Eu quero crescer e ainda ter um ambiente saudável. O que será do meio ambiente sem árvores se a gente não cuidar, né”, questiona o pequeno.
O Comércio já havia falado sobre a dificuldade desse grupo em conseguir uma parceria para realizar o descarte. A questão é que todas as empresas autorizadas para fazer o serviço cobram, e algumas muito caro, preço que a escola pública não consegue arcar. Por isso os alunos, junto com a professora que coordenada o projeto, Fabrícia Palhano, montaram em sala de aula um papa pilhas. A caixinha é sucesso e já está quase cheia. “Acho que vamos ter de criar outra enquanto o nosso projeto não é levado para a Câmara”, adiantou a professora.
A ideia do grupo é levar um pedido de apelo à Câmara de Vereadores de União da Vitória para que o Serapião se torne um ponto de coleta, não só para alunos, mas para toda a comunidade. Vai funcionar assim: a escola irá disponibilizar espaço e tempo para receber as pilhas e baterias, e num determinado momento, quando tiver material suficiente para o descarte, a empresa responsável vem até a escola e finaliza o trabalho. No entanto, esse descarte não será cobrado, pois terá a ajuda do Poder Público.
Mas, até que o projeto seja levado ao Legislativo, aprovado e efetivamente colocado em prática, os alunos continuam trabalhando com o papa pilhas, que fica no pátio do Serapião.
Do outro lado, o grupo que cuida da coleta do óleo de cozinha já tem até parceiro. Os aluninhos também disponibilizaram um galão para armazenar o óleo na escola. Maria Isabel, outra aluna que ajuda na coleta, surgiu com um dado um tanto assustador. Conforme Isabel, apenas um litro de óleo pode contaminar mais de 1 milhão de litros d’água. “Por isso a gente tem que ajudar. Me sinto orgulhosa de estar ajudando animais que também podem morrer com o óleo na água”, comenta.
A professora Adriana Adacheski, que toma conta do grupo, explica que a ideia é arrecadar o máximo possível do material, descartar, e um tanto ser utilizado na escola em outra atividade. “Os alunos vão aprender a fazer sabão com óleo”, comenta. No entanto na receita do produto estão soda e outros ingredientes que podem machucar as crianças, e para que nada de errado aconteça elas só irão observar o processo, o que não causa prejuízo para eles. “Quem vai fazer o sabão é um adulto”, reforça Adriana.
Aquela outra parte arrecadada será destinada para a empresa Iguaçu Ambiental, que é aqui da cidade. São eles os responsáveis pelo descarte final.
Como participar?
Quem quiser participar da iniciativa pode colocar o óleo em garrafas PET, lacrar bem, e entregar no Serapião. Baterias e pilhas também podem ser levadas, pois irão direto para o papa pilhas.