UNC: Ecos do Contestado é lançado no campus de Porto União

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Atualizado há 6 anos

Lançamento foi no auditório da UnC: mestre Ana Cláudia Flenick apresentou o tema que está no livro
Lançamento foi no auditório da UnC: mestre Ana Cláudia Flenick apresentou o tema que está no livro

Um recorte especial da Guerra do Contestado virou assunto para muita discussão. Logo, virou livro. Trata-se do Ecos do Contestado, publicação escrita à várias mãos e que na terça, 26, foi lançada pela Universidade do Contestado (UnC), oficialmente. “A obra mostra algumas passagens especiais dentro do conflito. Isso é de extrema importância para toda a comunidade. Isso faz parte do nosso arsenal histórico e é a história que fundamenta o nome da nossa universidade”, sorri o coordenador do campus em Porto União, Marcos Tadeu Grzelczak.

Entre os autores, está a professora do campus de Porto União da UnC, Ana Cláudia Flenik. A produção é fruto da conclusão da recente turma de Mestrado em Desenvolvimento Regional, capacitação oferecida pelo campus da UnC em Marcílio Dias (SC). “Como estou na área do Direito, tinha interesse em estudar algo dentro deste tema. Com a ajuda do meu orientador, o professor Alexandre, que vem estudando os mais diversos viés da Guerra, existia um vácuo no estudo do processo de desapropriação de terras na área de Papanduva para a instalação do Campo de Instrução Marechal Hermes no Planalto Norte catarinense”, explica.

Ana teve acesso ao longo processo – os documentos estavam em Joinville – e baseada nele, pode descobrir os diversos aspectos que envolveram a desapropriação, não apenas no aspecto jurídico, mas também humanas. “A Lei não é justa. Então se você olhar pela legalidade, a desapropriação ocorreu dentro da Lei, mas não se alcançou a Justiça. As pessoas até hoje não receberam suas indenizações. Pelo viés da Justiça, eles foram injustiçados sim. Foram expulsos de suas terras, de forma desumana, violenta, sem compaixão”, conclui a mestre.

O processo chegou ao Supremo e foi recusado. “Para mim foi um erro e isso faz com que nunca saberemos o mérito da questão, se essas pessoas tenham direito às terras ou à indenização”, diz. “Pelas entrevistas que colhemos, as pessoas têm até hoje a esperança de receber sua indenização. Mas entendo que juridicamente, não há mais o que fazer”, completa.

O livro fala com detalhes sobre todo este processo e nos demais capítulos, oferece uma leitura dinâmica sobre um dos temas de relevância regional, embora ainda oculte passagens pouco conhecidas.

A obra foi custeada pela própria UnC em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e à Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). O material é de distribuição gratuita e está disponível na biblioteca do campus em Porto União.