Com o objetivo de aproximar e estreitar as relações entre os bairros e o interior do município, a prefeitura de Bituruna lançou a Olimbairros, em 1995. A ideia saiu do papel após a formação das Associações de Moradores, que começou dois anos antes. Quase duas décadas e meia depois, o evento reúne mais de 2 mil atletas.
A primeira edição da competição surgiu por meio do entusiasmo do então prefeito Lauro Agustini, que tinha como seu diretor municipal de esportes, Nereuvaldo Silveira. O projeto era simples e pensava em dar espaço para que pessoas de todas as idades pudessem participar de atividades esportivas e recreativas em Bituruna.
Já na primeira edição, em 1995, o evento contou com a participação de 967 atletas. A Olimbairros também fez parte das comemorações da Emancipação Política de Bituruna, comemorada em 14 de dezembro. Com o tempo, a competição foi mudada para o início do ano, dando mais tempo para os atletas se prepararem durante as férias.
Depois da edição pioneira, todos os prefeitos que passaram pelo Poder Executivo agregaram coisas novas à competição. Hoje a Olimbairros conta com 33 modalidades, divididas em 58 categorias.
O criador e a criatura
O ex-prefeito Lauro Agustini, idealizador da Olimbairros de Bituruna, conta que a ideia nasceu da necessidade de organizar os vários bairros que tinham sido criados em administrações anteriores a sua. “Eram comunidades estruturadas, mas não tinham nenhuma organização para que tivessem representatividade junto ao Poder Público. O evento serviu, no primeiro momento, para que as comunidades criassem as suas associações de moradores”, explicou.
Em sua gestão, Agustini havia nomeado uma secretária de assuntos comunitários, Leda Roveda Mariani, e a construção das associações de moradores foi o foco do seu trabalho. Depois da organização comunitária nasceu a ideia da Olimbairros. Para que a competição tivesse o sucesso garantido, o então prefeito incumbiu o secretário municipal de esportes, Nereuvaldo Silveira, de tirar o projeto do papel.
Já na primeira edição, mais de 900 competidores participaram, provando que o projeto tinha futuro. Outro reflexo apontado pelo ex-gestor foi a aproximação entre as comunidades. “As pequenas rixas, as brigas, os desentendimentos entre pessoas do mesmo bairro ou de comunidades vizinhas acabaram. Desde aquele momento a prática saudável do esporte ganhou importância sobre essas pequenas questões”, contou Agustini.
Humilde, Agustini disse que mesmo uma boa ideia não prospera sem uma boa equipe. “A parte técnica foi toda criada pelo ‘Nereu’, e nós tínhamos uma equipe fantástica”. Ele lembrou que alguns prefeitos tentaram acabar com a Olimbairros, porque acharam que era uma marca permanente de sua administração. Mas a força da Olimbairros falou mais alto.
Exemplo de sucesso
Não se sabe ao certo de onde Lauro Agustini tirou a ideia, mas ainda na década de 1990, municípios como Caibi, em Santa Catarina, também criaram as suas Olimpíadas Municipais, desenvolvidas anualmente até os dias de hoje. Por lá, a administração busca a integração do interior com os bairros e o centro, disponibilizando 13 modalidades esportivas.
Em Bituruna, já são 33 e outras em estudo para as próximas edições. Todas as competições estão abertas ao público gratuitamente. “O objetivo da Olimbairros é de envolver a comunidade num grande evento de confraternização e estímulo à pratica esportiva”, realça o atual prefeito, Claudinei de Paula Castilho. Ao contrário dos tempos em que foi criada, hoje a Olimbairros é realizada a cada dois anos, sempre com forte participação popular.
Rivalidade sadia
A rivalidade dos bairros e localidades passou do enfrentamento físico para a competição sadia. Com a iniciativa, a administração de Bituruna buscou desde o início diminuir o número de ocorrências policiais e brigas entres moradores de bairros diferentes. Em consulta às resenhas da Polícia Militar de Bituruna, nos três últimos anos, não foram registradas quaisquer ocorrências relacionadas a brigas ou desordens nas competições da Olimbairros. Na interpretação do atual prefeito, a competição inibe práticas delituosas ou conflitantes entre os moradores dos bairros.
Quadro de medalhas
Como em uma olimpíada de verdade, os atletas de cada bairro defendem sua comunidade e a hegemonia nas modalidades em que disputam as medalhas. Na Olimbairros as medalhas têm seu peso, com as de ouro valendo mais no quadro geral de classificação. Na 12ª Edição, encerrada recentemente, brilhou mais forte o bairro Nossa Senhora Aparecida. Na sequência vieram os bairros Vila Mariana, Jardim Andréia, Santo Antônio, São Francisco e, fechando o quadro de medalhas, São Vicente/Bela Vista e São João/São Pedro.
Há grandes exemplos de superação e dedicação. A Olimbairros é democrática e participam atletas de todas as idades. A maioria trabalhadores, depois da jornada exaustiva de todo dia, ainda suam a camiseta nas modalidades esportivas em que disputam a cobiçada medalha de ouro. Mas a maioria dos atletas vai para se divertir e passar bons momentos com os atletas de outras comunidades.
Entre as 33 modalidades, duas são as novidades desta edição: a corrida rústica feminina, cabo de guerra feminino e o basquete 3×3 feminino e masculino. Confira algumas modalidades da Olimbairros:
– Atletismo – Masculino e Feminino;
– Basquete 3×3 – Só Masculino;
– Bocha – Masculino e Feminino;
– Bolão 23 – Masculino e Feminino;
– Cabo de Guerra – Só Masculino;
– Ciclismo Masculino e Feminino;
– Corrida do Saco – Masculino e Feminino;
– Corrida do Ovo – Masculino e Feminino;
– Dominó – Masculino e Feminino;
– Futsal Masculino e Feminino;
– Futevôlei – Só masculino;
– Sinuca – Masculino e Feminino;
– Tênis de Mesa – Masculino e Feminino;
– Tranca – Masculino e Feminino;
– Truco – Masculino e Feminino;
– Vôlei de Areia – Masculino e Feminino.