ADR transfere para o Deinfra responsabilidade sobre a SC 135

Órgão diz que só responde por manutenção básica da rodovia estadual que liga quatro municípios da região

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Atualizado há 6 anos

20180419-sc135-portouniaoQuem ainda espera pelas obras de reforma da SC 135, entre Porto União e a divisa com Matos Costa, pode se preparar para esperar ainda mais. As ações político-administrativas que antes eram tomadas na região, pela Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Canoinhas, no Planalto Norte Catarinense, estão todas concentradas agora na ADR de Mafra. O secretário executivo da agência de Mafra, Abel Schroeder, disse, por telefone, ao jornal O Comércio, que nenhum programa será descontinuado.

Conforme Schroeder, os programas nas áreas de educação, saúde, desenvolvimento regional, foram incluídos nas ações da estrutura governamental da ADR de Mafra. “Não há perdas, nenhum programa, planejamento ou verba destinada será perdida”, disse. No entanto ele admitiu que a estrutura descentralizada só cuida de manutenção básica, quando o assunto é estrada.

Esse procedimento também vale para a SC 135. Sobre a situação da ordem de serviço para obras de revitalização do trecho o secretário disse que a decisão é exclusiva do Departamento de Infraestrutura de Santa Catarina (Deinfra). “A competência da ADR é da conservação, com operações tapa buracos, roçadas das margens das rodovias, limpeza das placas de sinalização, mas não podemos trabalhar com questões complexas e que envolvem grandes somas de dinheiro, como é o caso da SC 135 entre Porto União e Matos Costa”.

Schroeder disse também que desconhece as razões pela qual a ordem de serviço, no valor de R$ 7,5 milhões, bem abaixo dos R$ 30 milhões orçados originalmente e dos R$ 10 milhões anunciados pelo então governador Raimundo Colombo em março de 2017, não foram liberados pelo governo. A ordem de serviço nunca foi assinada, apesar da licitação ter sido concluída e da empresa, que é de União da Vitória (PR), ser conhecida.

Dinheiro não

Recentemente o governador Eduardo Pinho Moreira, ao se referir sobre o trecho entre Porto União e Matos Costa, manifestou interesse em processar a construtora responsável pela obra, entregue em 2004. “Tinha de prender a empresa que fez a obra”, disse no final de março durante entrevista para o Portal JMais, de Canoinhas. Pinho Moreira disse que serão necessários R$ 50 milhões para revitalizar o trecho, mas não disse quando e como o governo pretende dispor desse dinheiro.

O trecho, eternamente danificado, já proporcionou a perda de credibilidade política para lideranças regionais com mandato na Assembleia Legislativa. Também, já gerou brigas envolvendo o então Secretário de Infraestrutura de Santa Catarina, João Carlos Ecker, o presidente do Deinfra, Paulo Meller, e políticos de Porto União, em 2015. A reclamação dos políticos locais é que se fossem juntados todos os recursos gastos com tapa buracos desde a inauguração do trecho, haveria dinheiro suficiente para revitalizar todo o trecho.

Lideranças comunitárias de Porto União e do Distrito de São Miguel da Serra estão em conversação para um protesto, o terceiro do gênero, que pretende fechar a rodovia para chamar a atenção do governo do estado. A informação é que, neste protesto, ainda sem data definida, a estrada ficará fechada por tempo indeterminado. A produção de O Comércio tentou contato com os dois escritórios do Deinfra-SC, em Joinville e em Florianópolis, durante a quarta-feira, 18, mas até o fechamento da reportagem ninguém atendeu as ligações.