A escolha do nome de um filho nem sempre é fácil. Mas, no Vale do Iguaçu, eles parecem estar seguindo uma tendência. É que desde o final do ano passado, especialmente, os nomes clássicos, como João, Maria e Pedro, tem sido preferência. A informação é dos cartórios de registro civil de União da Vitória e Porto União. De acordo com um breve levantamento dos órgãos, inventar nomes a partir da junção da identidade do pai e da mãe ou “aportuguesar” registros estrangeiros, caiu de moda. Por isso, está cada vez mais comum deixar de ver na Certidão de Nascimento nomes com final “elson”, “cleison”, “leide” e por aí vai.
Em Porto União, de acordo com o escrivão substituto Robert Salustiano Koerner, do Cartório Civil, dos 82 registros de nascimentos feitos entre os dias 31 de dezembro de 2015 e 23 de março deste ano, há apenas um Gregory e só um Bryan. Em contrapartida, foram registrados quatro “Joãos”, dois “Davis” e três “Pedros”. No caso das meninas, os nomes Anna, Isabela e Laura se repetem, mas é Maria a queridinha dos papais. Normalmente composto, o nome está na lista do cartório quatro vezes. “São realmente nomes muito comuns em nossa região”, confirma Koerner.
No município, o perfil é praticamente idêntico ao de todo o Estado. Segundo levantamento exclusivo realizado pela Central de Informações do Registro Civil (CRC Nacional), em parceira com os cartórios catarinenses, os nomes Maria e Davi aparecem, respectivamente, com 2.452 e 1.995 registros em Santa Catarina. A pesquisa comprovou a ascensão do nome Davi, hoje o segundo mais indicado e que até 2010 não aparecia na lista dos dez mais escolhidos. Também de acordo com a pesquisa, entre os principais motivos para a escolha dos pais estão questões como a fácil pronúncia, nomes que soam bonitos ou que carregam algum significado importante. Além disso, fatores demográficos e socioculturais – como religião, programas de TV e celebridades – também podem influenciar na decisão.
Já em União da Vitória, são as Sophias, sim, com PH, e Matheus, também com um “h” ali no meio, que lideram a preferência dos papais. Os nomes compostos, neste ano, têm aparecido com menos frequência.
Nomes “exóticos”
Eles já foram maioria, mas hoje o cenário é outro. Em Porto União, as orientações dadas pelos cartorários tem surtido efeito, o que garante muito menos constrangimentos. “Nomes fora do comum podem trazer situações vexatórias e humilhantes e problemas futuros ao registrado. Quanto à ortografia que também pode expor ao ridículo, explicamos que não é a forma mais usual. A maioria das pessoas opta pelo bom senso e a simplicidade”, lembra o escrivão substituto do cartório. E até nesta escolha, há riscos. “Por exemplo: se o prenome for comum, como José ou Maria, orientamos que se coloque mais de um sobrenome ou um nome composto. Isso evita que no futuro a pessoa tenha que comprovar que não é outra pessoa”, pontua.
O registro de nascimento
Ele é gratuito bem como é a primeira Certidão de Nascimento que o cartório fornece. Em caso de ser necessária uma segunda via da certidão, esta só é gratuita para os reconhecidamente pobres, de acordo com a Lei n° 9.534/97.
O nascimento deve ser registrado no Ofício de Registro Civil do lugar do parto ou de residência dos pais, no prazo de quinze dias. Fora do prazo, o registro precisa ser feito no local de residência dos pais, com a apresentação de certidão negativa de registro de nascimento do cartório do lugar onde ocorreu o parto.
Para nascimentos ocorridos fora de estabelecimento de saúde, o registro depende da declaração de duas testemunhas que assistiram ao parto ou atestaram a gravidez.
Documentos para o registro
PAIS CASADOS NO CIVIL
Declaração de Nascido Vivo (DNV) expedido pelo hospital (via amarela) que deverá ser apresentada sem rasura ou emenda
Carteira de identidade de quem foi até o cartório
Certidão de casamento do civil
Pai ou mãe da criança para o registro
Prazo para o registro: 15 dias (pai) e 45 dias (mãe)
PAIS SOLTEIROS
Declaração de Nascido Vivo (DNV)
Carteira de identidade dos pais
Pai ou mãe da criança para o registro
Prazo para registro: 45 dias
MÃES SOLTEIRAS
Declaração de Nascido Vivo (DNV)
Documento de identidade (RG ou Carteira de Trabalho)
A mãe poderá informar o nome e o endereço do suposto pai. Neste caso, os supostos pai e mãe serão chamados pelo juiz para uma reunião, junto com o Promotor de Justiça, momento em que o pai poderá confirmar ou negar a paternidade. Caso o pai negue a paternidade, o filho, representado pela sua mãe, poderá ajuizar a ação de investigação de paternidade. Pedindo, inclusive, alimentos para seu sustento
PAI OU MÃE SEPARADOS
Declaração de Nascido Vivo (DNV)
Carteira de Identidade dos pais
Certidão de casamento com a averbação da separação ou divórcio judicial
Pai ou mãe da criança para o registro
Prazo para registro: 45 dias
PAI OU MÃES VIÚVO
Declaração de Nascido Vivo (DNV)
Certidão de casamento com anotação do óbito
Pai ou mãe da criança para o registro
Prazo para registro: 45 dias
Bebês podem ter CPF
Em parceria com a Receita Federal e a Associação dos Notários e Registradores (Anoreg), está sendo implantada em todo o País a confecção do CPF no cartório. Portanto, recém-nascidos podem ir para casa com a Certidão de Nascimento e com o Cadastro de Pessoa Física. Todo bebê que for registrado a partir da data de adesão dos cartórios, podem ter CPF. Para isso, no momento do registro de nascimentos, basta aos pais apresentarem RG e CPF, e no caso de serem casados, também a certidão de casamento. O registro de nascimento é gratuito, bem como é a confecção do CPF.