Começam as obras de contenção de alagamentos no São Basílio Magno

Problema tem dois anos e é motivo de indignação na comunidade. Moradores comemoram e garantem que vão acompanhar execução

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

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Mais de 1.400 metros de tubos serão colocados na galeria: investimento chega perto dos R$ 2 milhões (Fotos: Bruna Kobus/Jornal O Comércio)

Mesmo confirmada pelo vice-prefeito, a notícia ainda é ouvida com certa incredulidade. Na prática, moradores do Bairro São Basílio Magno, em União da Vitória, devem acompanhar com atenção a execução das obras que preveem o fim dos alagamentos rotineiros que há dois anos vem ocorrendo na região. “Estou satisfeito. Muito”, afirma o técnico de informática e morador de uma das ruas atingidas pelas eventuais cheias, Paulo Rollwagen, ao receber a confirmação do início das obras. “A gente até brincava que bastava começar a escurecer para que a gente já ficasse preocupado”, completa.

Mais cético está o empresário Valdemir Antônio Tusset. Ele é proprietário de uma farmácia, na Rua Marechal Deodoro, e mesmo sabendo do início das obras, mantém a decisão de oficializar o pedido de socorro. Na próxima semana, segundo ele, vereadores e o Ministério Público recebem o abaixo-assinado que reclama atenção à região. “A obra era um grande anseio. Vamos ficar na expectativa”, diz.

Enxurradas deixam rastros de danos na comunidade

Mãos à obra

O controle de alagamentos era esperado com ansiedade mas, conforme a prefeitura, sairá do papel. Conforme o vice-prefeito, Jair Brugnago, a construção de uma nova galeria envolve investimentos que chegam perto dos R$ 2 milhões – boa parte municipal, com apoio de parcerias – mas garante o nascimento de uma completa engenharia subterrânea. “É um trabalho intenso, onde serão colocados mais de 1.400 metros de tubos de um metro de diâmetro, colocados a partir de hoje (quinta-feira 31)”, confirma.

Como efeito, além dos moradores do trecho do entorno da Praça da Ucrânia e do quartel da Polícia Militar, a colocação da nova tubulação deve atender ainda os moradores e trabalhadores da região do Colégio Astolpho Macedo de Souza e da empresa Pormade. “Que também sofrem com os alagamentos”, lembra Brugnago.

As obras de construção da galeria começam na Rua Ranulfo Costa Pinto e, se as condições do tempo ficarem estáveis, concluídas em três meses.

Enxurradas deixam rastros de danos na comunidade
Enxurradas deixam rastros de danos na comunidade (Arquivo JOC)

O problema

Há dois anos, desde que as obras de recuperação da galeria em Porto União foram concluídas, a água que vem na nova tubulação não é suportada pelo sistema em União da Vitória. A diferença dos tamanhos dos tubos – dois metros em Porto União e 80 centímetros em União – é apontado como pivô da falta de suporte da água.

Em dias de chuva forte, os alagamentos ocorrem e atingem especialmente quatro ruas do trecho que começa próximo do Centro Universitário da Cidade de União da Vitória (Uniuv) e chega à casa de número 920, com danos à cerca de 80 famílias. Muitas perdem tudo em cada cheia e outras, desistiram de voltar aos endereços até que uma solução fosse encontrada.

VVALE PUBLICOU

O Portal Vvale aborda desde o início de julho o problema. Ao longo do mês, três reportagens revelam a angústia de quem já perdeu muito nas enxurradas, bem como registraram a confecção de um abaixo-assinado que, oficialmente, pede socorro.