Compra antecipada de material escolar ainda não ocorre

Adesão às listas ainda é tímida. Na prática, descontos não são tão significativos

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

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Fotos: Mariana Honesko/Jornal O Comércio

O movimento nas lojas continua grande e empolgando as vendas dos artigos natalinos. Por outro lado, é baixa a adesão de quem procura os estabelecimentos comerciais para comprar material escolar. Segundo os comerciantes, poucos são os pais que já estão pensando no início do próximo ano letivo. Na verdade, as papelarias estão começando apenas agora com a renovação de seus estoques. “Agendas, cadernos, algumas coisas estão chegando”, comenta Daniel Ayoub, da Casa Dois Irmãos, em Porto União. Por lá, a procura pelos itens é pequena. A aposta é para o início do próximo ano. “Agora é Natal”, sorri o comerciante. Na Livraria São Jorge, no centro de União da Vitória, a procura pelo material também é lenta. “Mas temos pais trazendo a lista, fazendo pesquisa de preço”, informa o comerciante Francisco Golemba.

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Estoques começam sua renovação, mas procura pelos itens ainda é pequena

As secretarias da Educação, já disponibilizam as listas. Assim, quem pensa em aproveitar o 13º salário para garantir a mochila cheia dos pequenos, pode apostar na liberação prévia do documento. Em União da Vitória, a relação dos itens é entregue aos pais durante a matrícula ou rematricula das crianças. Já em Porto União, o sistema é diferente. A lista apenas é fornecida a partir do pedido dos pais. Quem não pede, pode apenas comprar peças básicas e mandar os filhos para a escola. A rede privada têm um cronograma diferente de distribuição. Elas definem as melhores datas para a liberação da lista, mas, de modo geral, o período combina com o calendário da Rede Pública de Ensino.

Pesquisa de preços

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Na São Jorge, comerciantes Rose e Francisco Golemba já estão recebendo as listas de material

De acordo com o economista e professor universitário Cássio Robin Portes os preços do material escolar não devem subir muito em 2014. Mas, por precaução, a pesquisa de preços é válida. “Material escolar é algo que não muda muito já que não é algo sazonal, que pode ser comprado o ano todo. Ocorre que agora as escolas pedem o mesmo material em grande quantidade”, explica. A exceção vale para a lista mais específica, exigida especialmente para as séries iniciais, durante a alfabetização. Portes também aposta nas promoções que as papelarias devem fazer. A medida que as listas são entregues, elas também nascem. “Isso tudo pode gerar competitividade entre as empresas e eu acredito que os preços podem ficar melhores”, avalia.

O gerente de fiscalização do Procon de União da Vitória também sugere uma visita às lojas antes do fechamento das compras. “Em cinco anos que estou no Procon pude observar que os preços sempre tem uma pequena elevação de um ano para o outro. Isso é em função do boom das escolas”, avalia, Anderson Pfeng. “Não é nada absurdo, mas sobe”, completa. Conforme o gerente, a pesquisa pode inibir, ainda, maus negócios. “O importante é ter certeza de que a pessoa fez a melhor compra”, recomenda.

O que fazer com o 13º?

A compra de material escolar não aparece na lista de prioridades dos consumidores que terão, logo, o 13º salário. A pesquisa da Fecomércio mostrou que em Santa Catarina ele será destinado para o pagamento de dívidas, poupança e presentes de Natal.

Compras de Natal ainda lideram

Pesquisa de Intenção de Compras desenvolvida pela Federação de Comércios, Bens, Serviços e Turismo de Santa Catarina (Fecomércio), revela que o gasto médio dos catarinenses com as compras de Natal será mais alto que no ano passado. Ele passa de R$ 372 para R$ 412. Para a Federação, o aumento pode estar associado ao início da recuperação de vendas do comércio.

Os dados mostram ainda que as mulheres (60,7%) são a maioria entre os consumidores, com idade entre 26 e 35 anos (28,6%).