Educação Empreendedora será apresentada em Talk Show

Convênio entre Sebrae e Uniguaçu garante a realização de um pacote intenso de ações ao longo dos próximos dois anos. Estreia oficial é hoje

·
Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

Lisboa comanda a organização do evento e aposta no sucesso das ações
Lisboa comanda a organização do evento e aposta no sucesso das ações

Os mapas já estão todos prontos. Nos sistemas de informática, as plataformas aparecem desenhadas. Na grade curricular, a disciplina ganhou nome lúdico mas, ainda assim, é potencialmente vibrante. Se depender da vontade dos organizadores da proposta, a Uniguaçu pode deslanchar com projetos empreendedores.

A notícia é boa e logo mais, às 19 horas, será apresentada de maneira oficial para um grupo seleto de convidados. Além dos expectadores que aparecem como “a cereja do bolo” – eles vão atuar como multiplicadores da ideia – o formato para a apresentação das quatro ações promete surpreender.

O auditório da instituição será transformado em um programa talk show. O modelo substitui a elegância das palestras e brinda o público com informação e boas doses de humor e entretenimento. “Vamos ter até um quinteto. Uma versão tupiniquim do Programa do Jô”, conta com bom humor o professor Romildo Lisboa, que, além de lecionar Administração e Sistemas da Informação, atua como consultor de empresas e no Senac, orientador de gestão.

A empolgação de Lisboa replica-se na Uniguaçu. Ontem, a correria era para deixar o ambiente preparado para o espetáculo. “Teremos a banda, formada por alguns músicos da nossa cidade, que até cantam um jingle que criamos. Eu serei o entrevistador, o programa é ao vivo e transmitido pela Web TV da Uniguaçu”, antecipa. O talk show não deve passar muito dos 60 minutos de duração. Ao lado de Lisboa, Márcia Beatriz da Silva, Márcia Coelho e Itamir Violla, estrelam a sessão de entrevistas.

Mais do que informar com diversão, o evento marca o início da execução das ações definidas no convênio do Sebrae/PR com a Uniguaçu. Conforme o cronograma, a proposta deve ser realizada em dois anos. Até lá, vem muito trabalho pela frente. A primeira etapa já está pronta, mas só entra em ação a partir do segundo semestre. Trata-se da inclusão do empreendedorismo como disciplina nos cursos não afins, ou seja, naqueles que não contemplam o assunto em sua grade. É o caso dos cursos da área de saúde e sociais, por exemplo. A adesão dos alunos foi tão grande que as 160 vagas oferecidas até então como opção, exigiu mudanças no projeto. O Sebrae recrutou ajuda da ONG Endeavor, que patrocina ações empreendedoras de alto impacto. “Agora temos mil vagas. Já escolhemos os cursos que vão receber a disciplina”, explica Lisboa. Na sala de aula, a disciplina vai se chamar “Bota pra fazer”. O modelo para estudo do assunto é fornecida pela própria ONG.

O segundo passo caminha de mãos dadas com o primeiro. Além de discutir o empreendedorismo na sala de aula, os acadêmicos podem ainda cursar oito oficinas ao longo do ano. Elas serão gratuitas, ministradas aos sábados. Para cada uma delas, há 40 vagas. A meta, garante a organização, é lapidar o que o aluno já sabe ou tem maior dificuldade. “Às vezes, por exemplo, ele sabe o que quer mas não consegue falar isso. Vamos ter a oficina de oratória empreendedora, que serve para isto”, observa o professor.

Paralelo às atividades curriculares, os acadêmicos podem participar do “Desafio Universitário Empreendedor”, modelo que substitui o “Desafio Sebrae”. Neste campo, inclusive, a Uniguaçu faz história. A instituição foi vice-campeã em 2012 e catarinense – o aluno que participou era de Porto União – em 2013. Esta é a terceira etapa do pacote de ações. “São games de gestão com outros dez aplicativos”, explica Lisboa. Virtualmente, a proposta sugere a administração de negócios. Os candidatos trabalham com hipóteses mas, a cada manobra, podem falir ou seguir empreendendo. Os jogos terminam em outubro e mesmo antes da estreia – hoje, no talk show – atingiu o número de participantes proposto: são 249 alunos prontos para a disputa virtual.

A última ação deve ser menos trabalhosa e ocorre em parceria com o setor de Marketing da instituição. O empreendedorismo vai para a televisão, em um programa criado para atender essencialmente o tema. “Já temos um programa piloto gravado”, sorri Lisboa. O modelo lembra um quiz e vai testar as habilidades dos alunos do Ensino Médio. Quem vencer, terá a chance de investir o dinheiro de seus patrocinadores – ainda em definição – na comunidade ou na escola onde estuda. A Uniguaçu acredita no sucesso de todas as ações. “Esperamos que ele funcione em sua totalidade”, sorri.

Empreendedorismo 02O nascimento

A Uniguaçu não foi escolhida por acaso. Na verdade, a colocação da instituição em parceria com o Sebrae ocorre desde o ano passado. O modelo de Educação Empreendedora já é desenvolvido pela unidade, mas em União da Vitória, ganha versão inédita. Em 2013, das 55 instituições inscritas para receber o programa, apenas 17 foram aprovadas e apenas uma delas era privada. “A Uniguaçu”, conta, com orgulho, o professor Lisboa.

Entrevistados do talk show

Márcia Beatriz da Silva

Consultora do Sebrae/PR e gestora do projeto Liderança e Educação Empreendedora.

Márcia Coelho Beatriz

Coordenadora do curso de Agronomia da Uniguaçu

Itamir Violla

Sócio-diretor da Viasoft, de Pato Branco (PR)