Mesmo com a chuva de hoje, estiagem muda a paisagem do Rio Iguaçu

Desde maio não chove significativamente na região

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Atualizado há 6 anos

Quem passa pelas pontes em União da Vitória se assusta ao ver o baixo volume de água do Rio Iguaçu. Na régua de aferição da Ponte Machado da Costa, o rio está com 1,44 metro. Muito pouco, perto dos 2,76 da média normal do leito do rio. Com a escassez de chuvas, já tem gente atravessando o Iguaçu a pé, de bicicleta e até de carro, como mostrou um vídeo que circulou no fim de semana nas redes sociais (veja o vídeo abaixo).

Não é a primeira estiagem que o rio enfrenta nos últimos anos. Em setembro de 2017, outra estiagem deixou o rio seco. No auge daquela estiagem, o Iguaçu chegou a 1,48m. Em 2013, o rio chegou a 1,74 e também transformou o majestoso em uma estação de veraneio pública. O índice não chegou a colocar União da Vitória e Porto União em estado de alerta, mas a redução no volume chegou a prejudicar o abastecimento nos bairros mais altos no início daquele verão, em dezembro daquele ano. Então, 2018 marca a maior estiagem do rio nos últimos cinco anos.

O que diz a meteorologia

Conforme o meteorologista Clóvis Correia, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri-SC), vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca, no mês de maio, as chuvas foram escassas. Em junho elas voltaram e em julho elas sumiram de novo. “Em julho choveu somente 10,5 milímetros, quando o normal para o mês seria de 100 milímetros, então os reservatórios não foram normalizados”, explicou. Conforme Correia, mesmo com uma normalização em junho, vários meses não registraram chuvas significativas, como os meses de abril e maio. “Não adianta chover só um período, a chuva tem de ser mais frequente, para manter os mananciais e abastecer o lençol freático”, disse.

Ainda segundo o meteorologista, para os próximos três meses a quantidade de chuva tende a aumentar. “No decorrer de setembro deve voltar a chover com mais frequência na região do Médio Iguaçu. Apesar de indicativos de chuvas para esta semana (20 a 25 de agosto), essas chuvas não são volumosas, são de fraca intensidade e muito esporádicas”, analisou. Correia disse que o Brasil não está sofrendo com a influência de fenômenos como o El Niño, quando as águas estão mais quentes, ou La Niña, quando as águas estão mais frias e provocam interferências climáticas no País. “Estamos na neutralidade, mas já é sabido que o El Niño vai exercer influência moderada entre setembro e outubro, daí a esperança de mais chuvas do que aconteceram até agora”, finaliza o meteorologista.