ALL estuda concessão de trecho ferroviário para Cidades Irmãs

Comitiva protocola pedido na empresa no início da semana. Se aprovado, investimento turístico pode ganhar agilidade

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

Capa  -  Maria Fumaça - Cópia
Proposta com a Amplanorte:
A possibilidade de um acordo com a associação era o desejo de Porto União em abril

O destino da Maria Fumaça ganha um novo capítulo. Dessa vez, o retorno da centenária locomotiva vai depender dos resultados da análise técnica feita em sua estrutura bem como da cessão de parte do trecho aos municípios de União da Vitória e Porto União.

Conforme o secretário da Indústria, Comércio e Turismo, o resultado do laudo da perícia recentemente feita deve ser divulgado em 20 dias. Já o destino da malha, entre a Estação União e o quilômetro 13, vai depender da decisão da América Latina Logística (ALL), em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). “Fomos muito bem recebidos. Existe a condição e a ALL se mostrou disposta a nos dar a concessão desse trecho”, garante o secretário Luílson Schwartz.

Além dele, o prefeito Pedro Ivo Ilkiv, os vices, Jair Brugnago – de União – e Aloísio Salvatti – de Porto União, e os secretários José Gonçalves (também de Porto União) Jamar Clivatti e Antônio Oscar Nhoatto, integraram a comitiva que na segunda-feira, 2, colocou as cartas na mesa da ALL, em Curitiba. Evandro Abreu de Souza, Celso Valério e Renata Ramalho receberam o grupo na empresa.

Maria Fumaça 1
Aposta dos conselhos de Turismo, Maria Fumaça deve ter laudo de perícia divulgado em 20 dias

Ter domínio sobre os 13 quilômetros de malha pode garantir maior investimento turístico. A exploração é de interesse de ambas as cidades. Além do apreço pelo projeto, a ALL pontuou a proposta baseada em sua atual condição. Conforme os técnicos, o trecho local não deve receber investimento comercial e a manutenção ocorre apenas a partir de 2016. A notícia deixa o “caminho livre” para a adoção e gestão do percurso às Cidades Irmãs. “Hoje não podemos investir porque o trecho não é nosso e qualquer coisa que se faça, é ilegal”, ressalta Schwartz.

Parceria com Amplanorte em negociação

Em abril, a prefeitura de Porto União iniciava uma proposta diferente. Na ocasião, a Secretaria de Cultura e Turismo mantinha conversação com a Associação dos Municípios do Planalto Norte Catarinense (Amplanorte). A ideia previa a união das cidades de Canoinhas, Três Barras, Mafra e Porto União, no fomento do turismo ferroviário. Os passeios seriam privatizados e administrados pela Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), de Rio Negrinho.

Com a possibilidade de um trabalho mais próximo de União da Vitória, Porto União colocou uma pausa nas negociações. “As discussões com União estão bem avançadas”, afirma o secretário da pasta, José Gonçalves. Ainda assim, a parceria com a Amplanorte é uma “carta na manga”. “O prefeito Anízio de Souza tem estas duas opções, mas em conversa com o prefeito Pedro Ivo, foi pedido para que o projeto seja apenas nosso, das duas cidades”, lembra.

RICHA ASSINA CONVÊNIO ENTRE COPEL E PREFEITURA DE UNIÃO DA VIT
Assinatura formalizou início das obras: previsão é de conclusão em seis meses
Foto: Arnaldo Alves / ANPr

Na capital, o projeto para a construção do Parque Linear foi novamente assinado. Dessa vez, a rubrica do governador Beto Richa apenas formalizou a proposta. Já em março, a prefeitura e a Copel davam aval para a proposta que deve investir inicialmente mais de R$ 2 milhões em 290 mil metros quadrados. O projeto deve investir R$ 6 milhões em todo seu complexo. A previsão é de que as obras estejam concluídas até o final do ano.

Na capital paranaense, o deputado Valdir Rossoni participou da cerimônia de assinatura. Ele foi um dos defensores e articuladores para a instalação do parque. “Além de oferecer um espaço de lazer e cultural para a população, vamos acabar com o problema da cheia do rio e evitar que novas famílias se aloquem em áreas de risco”, disse o deputado, lembrando que mais de 50 famílias foram realocadas para áreas fora de risco. O projeto já foi executado e, segundo o prefeito Pedro Ivo Ilkiv, as obras que competem à prefeitura devem ser iniciadas em, no máximo, 60 dias. “Há muito tempo que nós estamos trabalhando para isso. É um projeto que vai ajudar a alavancar o turismo, além da finalidade social, pois traz para a cidade mais espaços de lazer e áreas esportivas. União da Vitória é a cidade das águas e não podemos deixar que essas águas sejam um empecilho para o desenvolvimento”, afirmou.

O Diretor de Geração e Transmissão da Copel, Sérgio Luiz Lamy, destacou que para a Companhia é “uma satisfação poder dar destinação correta para uma área de risco, sujeita à invasão e danos ambientais, e ceder toda essa estrutura para uso da população de União da Vitória”. “Ao construir esse parque a Copel dá uma ocupação útil e, ao mesmo, tempo transfere à população de União um ambiente agradável”, completou.

Caberá à prefeitura realizar as obras de limpeza e terraplanagem, para que a Copel, através do horto florestal de Foz do Areia, execute o paisagismo. A companhia fará ainda uma licitação para escolher a empresa que irá construir as pistas de caminhada e ciclovia, além das quadras esportivas, banheiros e churrasqueiras do parque.