Os clientes que precisam dos laboratórios de análises clínicas não ficam muito felizes. Com exceção das gestantes, que fazem exames de rotina apenas como parte do acompanhamento dos nove meses de espera. Na maioria absoluta das situações, estar em um ambiente cheio de profissionais de jaleco branco, não é nada agradável.
E se para os adultos essa visita já causa desconforto, basta multiplicar por mil a sensação ruim que essa situação pode causar nos baixinhos. Por isso, é normal o berreiro, os pequenos surtos, as lágrimas, os pedidos impacientes para não estar ali ou para ir embora, ainda mais quando se está ali para coletar sangue. Ah! A temida agulha, a temida seringa.
Acontece que, entendendo todo esse “drama”, a equipe de profissionais do Laboratório de Análises Clínicas Willy Jung, criou, há cerca de dois anos, o ‘Certificado de Coragem’. Ele é exatamente como um diploma, entregue para toda criança – até 12 anos – que valentemente, se comportou como mocinho ou mocinha. É um incentivo de gente grande, capaz de fazer com que o choro dê lugar à um sorriso. “A gente viu a ideia em outros laboratórios, maiores, de outras regiões. A gente viu faz um tempo e quisemos fazer isso aqui também”, conta a diretora técnica do laboratório, Caroline Jung, a doutora Caro.
A entrega do Certificado é uma recompensa, mas também uma forma de deixar o momento de coleta de sangue mais tranquilo para todos, e até acabar com aquele tabu de que laboratório, de que agulha, de que pessoas de jaleco, são ‘bicho-papão’. “Tinha um menino que estava acompanhando tudo e ele quis cair no choro. Mas quando a coletadora explicou que ele receberia o Certificado, mostrando o quanto ele superou o medo, ele segurou o choro e deixou coletar. Depois ele ficou bem feliz para a foto”, conta Dora Tanello de Aviz, responsável pela Microbiologia e Qualidade. “É um estímulo positivo para a criança e para a mãe, porque ela fica feliz de ver o filho recebendo o diploma e, a criança, se sente um herói mesmo”, completa Caro.
O reconhecimento dado à criança é apenas mais uma ação criativa da equipe. É que a sala de coleta para os baixinhos – especialmente na unidade matriz do grupo, que fica na Prudente de Moraes, em Porto União – é toda preparada para dar aconchego. Mimosa, o espaço lembra um quartinho, cheio de bichinhos de pelúcia, cores e, no momento, bandeiras verdes e amarelas, para lembrar as festas juninas e a Copa do Mundo. “As crianças ficam mais confortáveis e se distraem, pelo menos até virem a agulha”, sorri Dora.
As crianças que vencem a batalha contra a agulha também estampam uma página de uma história em quadrinhos de mentirinha, compartilhada na rede social do laboratório. Os baixinhos, orgulhosos com o certificado na mão, viram heróis.
O que diz o Certificado
O marido de Caro, embora não seja funcionário do laboratório, contribuiu muito com a ideia. É dele a ideia do texto, por exemplo, e também do compartilhamento na rede social da foto da criança em uma página de quadrinhos. O artista, que é fã de Star Wars, conseguiu imprimir sua paixão em todo o formato da proposta, dos desenhos até a logo estilizada do laboratório. “Acabou envolvendo as galáxias e ficou legal”, ri a diretora.
Leia na íntegra o que diz o texto do diploma:
“Certificamos para todos que habitam a nossa e outras galáxias, aos mundos fantásticos de magia e fantasia, que Fulanino de Tal, venceu a temida batalha contra Agulha com muita brabura e admirável coragem. Agora, com a saúde em dia, seu superpoder está ainda mais forte para salvar o Mundo! Parabéns!
Não é brincadeira
Toda essa proposta lúdica que tem a entrega do Certificado é acompanhada por uma das várias certificações que o laboratório passa. Embora o nome soe engraçadinho e até pareça não ser verdadeira, o ‘Acreditação’ é real. “Ele é um sistema ligado à Sociedade Brasileira de Análises Clínicas que concede para a gente um certificado de qualidade de todos os nossos serviços”, explica a doutora Dora. “Parece uma brincadeira por conta do nome, mas é real. Ela é creditada por quem audita”, completa Caro.