GNV não será mais vendido no Posto Franzoi

Decisão é das fornecedoras do combustível. Empresas alegam baixo consumo do produto na região

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

Combustível é mais barato e se adapta até nos motores de Kombi
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Há cinco anos, o Posto Franzoi instalava-se no bairro Santa Rosa, em Porto União. Com o empreendimento, uma novidade também nascia na cidade. O posto tornou-se o único fornecedor do gás natural veicular (GNV) na região. A ousadia era uma aposta no possível potencial da cidade e do trânsito de acesso às rodovias de Santa Catarina e do Paraná. O Posto Franzoi, da bandeira Mime, acreditava em um retorno considerável a partir do investimento que fez em sua estrutura. “A instalação é algo a parte e demandou mais investimentos do que a instalação das bombas para os outros combustíveis”, explica o proprietário do posto, Luis Carlos Franzoi.

Mas, a projeção não alcançou as metas da Mime e da NEOgás, empresas parceiras na proposta de distribuição do combustível. Conforme o comunicado enviado pelas companhias, a expectativa era de vendas acima dos 65 mil metros cúbicos em seis meses de operação. Em Porto União os números chegaram aos 22.300 mil metros cúbicos, em cinco anos. “Sendo assim, a Mime e a NEOgás decidiram descontinuar o projeto de Porto União a partir da segunda quinzena de maio”, diz, em partes, o comunicado enviado à Fronzoi.

A notícia ainda é digerida pelo empresário. Mesmo com o comunicado em mãos, Fronzoi tenta reverter a decisão. Ele considera a retirada do GNV um retrocesso ao desenvolvimento. “Havia motoristas que acabam conhecendo a cidade porque sabiam que tínhamos o GNV. Isso acabou até afetando o turismo da região”, lembra. O efeito ambiental também é mencionado por ele. “É um gás 100% limpo, barato e ecológico”, aponta.

O Posto Franzoi começou com poucos carros dependentes do GNV. Hoje, cerca de 40 veículos – além dos visitantes – já abastecem no local. Os postos que fornecem o GNV ficaram distantes: o mais próximo, em Santa Catarina, está em Rio Negrinho; no Paraná, o gás será encontrado apenas em Ponta Grossa.

Franzoi lamenta e promete tentar reverter decisão das empresas
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Fazendo as contas

Nem todos os veículos são adaptados para receber o combustível. Muitos ainda precisam ser adaptados para isso. O investimento gira em torno dos R$ 2 mil mas, conforme Franzoi, facilmente pago a partir do uso do gás. O metro cúbico – é diferente dos combustíveis líquidos, vendidos em litros – custa R$ 2,69. De modo geral, os cilindros tem capacidade para 15 metros. O “tanque” cheio, portanto, custa R$ 40. “Mas dá para ir até Curitiba assim”, explica o empresário. Com os combustíveis convencionais, a mesma distancia exige mais: em média, o investimento por viagem é de R$ 150, na bomba.

Consumo bate recorde

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), o consumo de gás natural no Brasil em março bateu recorde histórico. O consumo foi de 74,6 milhões de metros cúbicos por dia, em média, aumento de 2,5% em relação a fevereiro e de 7,4% sobre março de 2013. O volume registrado em março é o maior desde o início da comercialização de gás no país, há 23 anos.

A Região Sudeste concentra o maior consumo de gás natural do país, com volume médio diário de 51,6 milhões de metros cúbicos, seguida pelo Nordeste, com 10,1 milhões de metros cúbicos.