GREVE: Paralisação no INSS e Justiça Federal não tem data para acabar

Movimento também atinge unidades nas Cidades Irmãs. Negociação ainda não está próxima

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Atualizado há 9 anos

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No INSS de União, atendimento é lento: só 30% do quadro está trabalhando. (Foto: Mariana Honesko).

Em União da Vitória, desde o dia 23 de junho, as portas da Justiça Federal não abrem completamente ao público. Situação idêntica vivem as unidades do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), de União e de Porto União. A situação de cada órgão é diferente, embora tenham em comum a reivindicação de uma pauta longa que pede, entre outros itens, o reajuste salarial.

No caso do INSS, os serviços pedem também o fim do assédio moral e incorporação das gratificações. Já na Justiça Federal, o pedido fica mesmo na questão do salário que, segundo os representantes locais, está defasado há 9 anos.

INSS nas Cidades Irmãs

Em União da Vitória, a agência do INSS está atendendo ao público com apenas 30% do seu efetivo. Assim, o trabalho é mais lento. Os agendamentos, por exemplo, que ocorriam para no máximo cinco dias, já levam 20, ou mais. A agência aderiu ao movimento no começo de julho. “Mantemos a perícia, o agendamento proporcional e o atendimento espontâneo”, explica a gerente Carmem Bindemann.

As portas seguem abertas, mas, com uma hora a menos de expediente: das 7 às 16 horas. Por enquanto, a unidade trabalha no “escuro”, sem previsão de negociação – ou do fim dela – com o Governo Federal.

Já em Porto União, o mecanismo é um pouco distinto. Em greve há quatro semanas, a agência executa apenas as pericias agendadas e as remarcações da agenda. O INSS da cidade trabalha sob portas fechadas, sem atendimento ao público. No prédio, apenas dois servidores e dois médicos peritos cuidam da demanda. Os demais funcionários seguem em greve. “Os outros benefícios estamos reagendando para o começo de outubro”, conta a gerente substituta Rosangela Andreolli.

Justiça Federal

A unidade em União da Vitória já atuou com total adesão dos servidores. Mas, por medida judicial, agora trabalha com 30% do quadro, em revezamento. A paralisação na cidade já passa dos 60 dias. “Reivindicamos a recomposição do valor do nosso salário. Há nove anos, isso não ocorre”, justifica o analista judiciário, Wagner Cardoso Horn.

Por conta do percentual em trabalho, as portas da Justiça Federal estão abertas ao público há três semanas. As ações são lentas, já que apenas as urgentes são atendidas neste momento. “Processo de aposentadoria, por exemplo, está tudo paralisado. É uma situação desagradável, para as pessoas e para nós, que mais tarde, vamos ter que trabalhar mais para dar conta de tudo isso”, comenta.

Diferente do INSS, a negociação com a Justiça Federal caminha com mais agilidade. No Senado e no Congresso, o projeto para atender a pauta já foi aprovado, porém, vetado pela presidente Dilma Rousseff. O Congresso tenta derrubar o veto. “Se o Congresso conseguir isso, no outro dia a gente já abre as portas e trabalha normal. Se não, a gente continua com a greve”, explica Horn.