Um mês e meio após a operação de melhorias na SC-135, trecho entre Porto União e Matos Costa, com aplicação de 150 toneladas de massa asfáltica, os buracos não pediram licença para entrar na pista. A conclusão da operação foi anunciada no dia 12 de junho por Jamir Suchara, responsável pelo escritório do Departamento de Infraestrutura (Deinfra) de Canoinhas. Ele esteve in loco vistoriando a operação durante os dias que a empresa realizou o trabalho. Bastou as chuvas do mês de junho e começo de julho para os remendos se deteriorarem. Os moradores recorreram a um velho expediente para ajudar os motoristas: colocaram fardos de capim nos buracos mais fundos.
Consultado, o prefeito de Porto União, Anízio de Souza se disse indignado. “Sabíamos que a operação era um paliativo, mas foram usadas 150 toneladas de emulsão e o trabalho não durou nem dois meses”, reclamou. O prefeito declarou que comunicou o estrago à SDR de Canoinhas, mas não obteve nenhuma resposta se os buracos serão fechados novamente. Como a operação tapa buracos é um paliativo e não tem prazo longo de validade, a luta da comunidade, dos líderes políticos de Porto União e de Matos Costa continua. O secretário regional Ricardo Pereira Martin disse que a “médio prazo” também vai discutir, em reuniões com lideranças políticas da região, a revitalização dos 32 quilômetros da SC-135.
A palavra “médio prazo”, divulgada na ocasião por meio de uma nota oficial da Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), gerou desconforto nos meios políticos locais. O prefeito Anizio de Souza (PT) defendeu que a obra precisa ser licitada ainda este ano, sob pena do asfalto esburacar de novo. Um dos trechos das rodovias mais perigosas de Santa Catarina, fica em Porto União. É a Curva da Morte, também conhecida como Curva do Tomate, localizada no Km 9 da SC-135. Vinte cruzes, que foram colocadas no local por manifestantes, lembram as 20 mortes em dez anos no trecho. Curiosamente o trecho está sem buracos, mas continua mal sinalizado e perigoso.
Protesto
Em novembro de 2014, uma manifestação pacífica fechou por uma hora a SC-135. O protesto aconteceu sete dias após o grave acidente que tirou a vida do casal Letícia Tomko, Rodrigo Dalmolin e da filha do casal, Angelina Tomko Dalmolin, de apenas 11 meses. Cerca de duzentas pessoas participaram do manifesto que teve os dois sentidos da rodovia bloqueados. O objetivo do protesto, segundo moradores do Distrito de São Miguel da Serra e da sede do município, foi cobrar do governador Raimundo Colombo a revitalização do trecho entre Porto União e Matos Costa, além da reformulação da “Curva do Tomate”.
Foto: Jair Piloto Nunes
