MORTALIDADE: Região de União da Vitória não registra morte materna em 2016

No Paraná, outras três regionais também não contabilizaram nenhum caso

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Atualizado há 6 anos

Nos últimos sete anos o Paraná diminuiu significativamente os índices de mortalidade materna e infantil no Estado. No caso de morte materna a redução foi de 47,2% na comparação com 2010. Os dados foram apresentados nesta semana, durante o quarto Encontro Estadual de Grupos Técnicos de Agilização e Revisão do Óbito, em Curitiba. Em 2016, quatro regionais de saúde não apresentaram mortes maternas: Francisco Beltrão, Irati, União da Vitória e Telêmaco Borba.

Segundo o superintendente de Atenção à Saúde, Juliano Gevaerd, a redução é reflexo das estratégias intensificadas em todas as regiões do Estado. A Rede Mãe Paranaense organiza o atendimento materno-infantil, desde o pré-natal, o pós-parto e o acompanhamento do crescimento das crianças, principalmente durante os primeiros anos de vida. A Rede está presente nos 399 municípios do Paraná e, atualmente, é responsável pelo atendimento de cerca de 80% das gestantes paranaenses, que recebem pelo menos sete consultas e 23 exames.

Em 2011, o Governo do Paraná estipulou a meta de reduzir o percentual de mortalidade infantil para um dígito. Na comparação entre 2010 e 2017, o Paraná alcançou uma redução de 16% na mortalidade infantil e 11 regionais de saúde já estão dentro da meta estipulada pelo Governo do Estado. Os menores números são de Paranaguá, Paranavaí e Ivaiporã. Já a Organização das Nações Unidas definiu como meta para o Brasil reduzir, até 2030, a mortalidade materna para 20 mortes a cada 100 mil nascidos vivos.

No Paraná, o programa Mãe Paranaense definiu uma nova estratégia que quer reduzir ainda mais os índices de mortalidade materna no Estado. Em conjunto com núcleos de Segurança do Paciente, Epidemiologia Hospitalar e Controle de Infecção Hospitalar, o protocolo vai incentivar e orientar o monitoramento das causas de quase morte em gestantes, conhecidas como Near Miss.

O Protocolo de Investigação e Monitoramento do Near Miss Materno foi apresentado na semana passada na sede do Conselho Regional de Medicina do Paraná, em Curitiba. O evento reuniu cerca de 200 profissionais de saúde dos 30 hospitais que atendem gestações de alto risco na Rede Mãe Paranaense de todo o Estado, além de alguns serviços de atendimento de risco intermediário e regionais de saúde.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que todos os dias cerca de 830 mulheres morrem no mundo por complicações com a gravidez ou com o parto. Estima-se também que 88 a 98% dessas mortes sejam evitáveis. No Brasil, a taxa de mortalidade materna é de 75 a cada 100 mil nascidos vivos por ano. No Paraná este número foi de 40,63 em 2016.

Em Santa Catarina

O Estado também comemora os bons resultados do trabalho de prevenção à morte materna. Enquanto o Brasil, em 2015, teve 57,6 óbitos por 100 mil nascidos vivos de mulheres por causas ligadas à gestação, o Estado teve 30,9 óbitos por 100 mil nascidos vivos. Com relação à mortalidade infantil, Santa Catarina apresenta queda nos casos: 11,7 óbitos por mil nascidos em 2011 para 9,9 em 2015. Os números de 2015 também estão abaixo da média no Brasil, que teve 12,4 óbitos de menores de um ano de idade em cada mil nascidos vivos.

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Em setembro, matéria especial feita pelo jornal O Comércio mostrou o perfil da morte materna e infantil e como elas são controladas na região. Como mostrou a redação naquela ocasião, a morte materna é caracterizada por acontecer entre gestantes e mães puérperas (até 45 dias depois do parto). Para o Ministério da Saúde, três causas são consideradas as mais comuns para o óbito deste grupo. São elas, a hipertensão, hemorragia e infecção puerperal (no pré e no pós parto).