NO VALE: Juíza portuguesa palestra sobre violência contra mulher

Maria Clara Sottomayor é a mais nova juíza do STJ Português e desembarca em União da Vitória no final de semana

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Atualizado há 8 anos

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Clara Sottomayor diz que ser feminista não é nada de extravagante, defende a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, gosta do estilo do Papa Francisco. (Foto: Jorge Simão).

Maria Clara Sottomayor, juíza do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Português, desembarca em União da Vitória no final de semana. Maria foi convidada pelo Centro Jurídico de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) para palestrar sobre violência doméstica. A apresentação de sábado, 22, será sobre Violência Doméstica e Abuso Sexual. O encontro começa às 14 horas no Centro de Convenções Edson Aires da Silva, da Uniguaçu.

Maria Clara é licenciada em Direito pela Universidade Católica Portuguesa, Mestre em Ciências Jurídico-Civilísticas pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e Doutora em Direito Civil pela Universidade Católica Portuguesa. Feminista, a jurista defende a adoção por casais homossexuais, e atua de forma combativa à violência doméstica e ao abuso sexual. É autora de diversos livros que versam sobre os direitos das crianças e responsabilidades parentais.

A juíza diz ser feminista, não é nada de extravagante, defende a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, gosta do estilo do Papa Francisco, indigna-se com a pobreza e com a injustiça. Ela tem 48 anos e é a juíza mais nova na história do Supremo Tribunal de Justiça Português. Uma instituição com 60 juízes, dos quais só cinco são mulheres.

Recentemente em uma entrevista à um jornal português, Maria afirmou que o princípio da proteção dos mais fracos é um princípio do direito civil que tem tanta legitimidade e tanto peso como o princípio da autonomia privada e da liberdade con­tratual, entre outros. Com isso ela reafirmou sua posição favorável à adoção de crianças por casais homossexuais. “Compreendo que as pessoas tenham reservas e receiem novas formas de família. Afinal, todos gostamos de ver confirma­das as nossas crenças. Mas ser pai ou ser mãe é algo muito profun­do. Tem que ver com valores morais, afetivos e emocionais que tanto têm os casais de sexo diferente como os do mesmo sexo. E a ciência confirma que as crianças que vivem com pais do mesmo sexo estão tão bem como as outras”, disse.

Também se declarou uma “mulher de causas” ao apoiar o movimento feminista e, também, abraçar a causa. “Ser feminista não é nada de extravagante, como erradamente se pensa, por preconceito. É ser defensora da igualdade de gênero e da igualdade de oportunidades para todas as pessoas, em prol de uma sociedade melhor. O movimento feminista tem lutado em todo o mundo pelas causas mais nobres que conheço: o direito de voto das mulheres, o acesso à educação, a igualdade de direitos e deveres no casamento, a autonomia da mulher casada e a independência econômica das mulheres, a proteção das vítimas de violência e das crian­ças, só para citar alguns. Em Portugal, a igualdade só foi consagra­da na Constituição de 1976 e, passados quase quarenta anos, verifica­mos que a desigualdade permanece nas práticas sociais, nas crenças e nas representações. Uma coisa é a igualdade formal, que temos; ou­tra é a igualdade de facto, que não existe. Os salários das mulheres são mais baixos, os homens é que estão maioritariamente em car­gos de responsabilidade e na política, as mulheres são as principais vítimas de violência e são silenciadas. A desigualdade não é um pro­blema que se resolva só com as leis, mas sim no plano social”, falou.

Agende-se

O que: Palestra sobre Violência Doméstica e Abuso Sexual.

Quando: Sábado, 22.

Horário: A partir das 14 horas

Onde: Na Uniguaçu

Entrada é de graça, mas precisa confirmar presença na Instituição