Nomes fortes são preferência

“Isadoras” e “Vitórias” lideram os registros nos cartórios. Nomes compostos e a simplicidade do “João” também não ficam esquecidos

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

Nomes compostos lideram a preferência nos registros civis
Nomes compostos lideram a preferência nos registros civis

É preciso ter criatividade para não esbarrar na mesmice. Afinal, a quantidade de bebês que nascem todos os anos nas Cidades Irmãs é suficiente para povoar com rapidez uma metrópole. Exageros à parte, os números confirmam que a produção vai bem, obrigada. Mas, se depender de ousadia, mescla a capacidade para invenções.  Os pais de União da Vitória e Porto União, conforme revelam os documentos nos cartórios de registros civis das cidades, estão indo bem e não se amedrontam pela possibilidade de réplicas.

Para os meninos, a preferência é por nomes compostos e simples. Na lista, aparecem Davi, com ou sem o “d” no final, Arthur, Rafael, Gabriel e João. Aliás, João é um dos nomes que repetem com certa freqüência. Na brincadeira de duplicar a identidade, aparecem ainda as “Marias”. Geralmente elas não vêm sozinhas. Antes, acompanhas por um segundo nome. “O que mais temos aqui são nomes compostos”, sorri a oficial substituta do Registro Civil de Porto União, Geny Bettoni.

Batismo homenageia pai: Marcelly é a quarta filha de Katiane
Batismo homenageia pai: Marcelly é a quarta filha de Katiane

Na Associação de Proteção à Maternidade e à Infância (APMI), a escolha dos nomes contraria as estatísticas. Mãe de outros três filhos – Victor, Enzo Gabriel e Amanda – Katiane Aparecida Ulisses de 31 anos homenageou o marido, Marcelo, com o nascimento de mais uma herdeira. “O nome dela é Marcelly. Queríamos Marcelo, se fosse um piá. Como veio uma menina, é Marcelly.”

Aos 22 anos, Carla Rubbo foi mais modesta na escolha do nome do primeiro filho. Aconchegado no peito, o pequeno, Davi Emanuel repousava na sexta-feira. “Foi o nome que nos veio à mente. Veio e ficou. Estava decidido desde o sétimo mês de gravidez”, conta a mãe.

Thalia Gabriela adotou a sugestão do namorado: filha vai se chamar Kessynin
Thalia Gabriela adotou a sugestão do namorado: filha vai se chamar Kessynin

Mais ousados foram os pais de Kessynin. A menina, que nasceu na madrugada do dia 17, é filha de Thalia Gabriela, de 16 anos. Mas, foi do namorado, um jovem de 18 anos, que veio a sugestão. “Ele escolheu e eu gostei”, sorri. Se fosse um menino, o bebê carregaria a identidade do pai. “Seria Edilson”, sinaliza o pai de primeira viagem.

Na escolha do nome perfeito

Livros, filmes, novelas, músicas. Na hora de escolher um nome vale tudo. Afinidade, gosto, homenagens ou simplesmente a combinação do nome dos pais, pode interferir na decisão. Porém, às vezes, nada disso garante a escolha do nome.

Foi o que aconteceu com o casal, Fábio e Pâmela Schroh. Antes mesmo de saber que seriam papai e mamãe, o casal definiu o nome do filho. De repente, no meio de um programa de televisão, Yvis soou bem. “A gente estava vendo uma reportagem e o nome do cara, que nem era importante, era Yvis. A gente na hora olhou um para o outro e pensamos que se tivéssemos um filho, seria Yvis. Quando apareceu o nome na televisão, tivemos o mesmo impulso”, conta Fábio. Se fosse menina, o bebê não teria um nome tão incomum. “Seria Mariah”, sorri.

Mas, a singularidade não parou por ai. A pronúncia do sobrenome do casal, transmitido ao filho, foi transformado em segundo nome e o sobrenome, o oficial, encerra o nome de Yvis. Então, ficou assim: Yvis Choroh Schroh. A criatividade, garante o pai, é para dar sorte ao filho assim como o uso da pronúncia por escrito já deu à Fábio. Os pais fizeram uma pesquisa e acreditam que Yvis estreou nas Cidades Irmãs. Não há outros registros parecido, tampouco igual.

Em outra pesquisa, encontraram o significado do nome de batismo do filho e depois de lerem a narrativa, tiveram a certeza de que a escolha foi, realmente, bem feita. O nome Yvis é de origem anglo-saxão, cujo significado significa “filho do arco”. A identificação é de quem gosta de conquistar títulos, pessoas e fãs. O estilo combina com o perfil dos pais: voltados à música, o filhote tem no nome e na história um futuro interessante.

Yvis nasceu no dia 11 de novembro do ano passado, às 13 horas, na APMI.

No bico da cegonha

Quantos bebês nascem?

APMI

Média mensal de 98 à 120 crianças

Em 2013, nasceram por lá 1.247 bebês

Hospital São Braz

Média mensal de 30 à 35 crianças

Em 2013, 421 bebês vieram ao mundo

Hospital Regional Nossa Senhora Aparecida

Em 2013, apenas 13 partos foram feitos na unidade. A direção explica que os nascimentos são agendados e que maternidade não é o foco do trabalho do grupo.