POLÊMICA: Maioria dos taxistas é contrária ao uso do taxímetro

Em reuniões, profissionais discutem assunto com vereadores, equipe da prefeitura e Ministério Público

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Atualizado há 7 anos

Taxistas que foram à reunião mostraram interesse na regularização mas pontuaram as dificuldades do ajuste
Taxistas que foram à reunião mostraram interesse na regularização mas pontuaram as dificuldades do ajuste

O assunto é polêmico e a reunião realizada na tarde de segunda-feira, 9, não chegou a nenhum resultado. A expectativa é de que a próxima, marcada para o dia 16, chegue. Em pauta, está o uso do taxímetro em União da Vitória, aparelho que calcula o valor da corrida, a partir da quilometragem rodada. Ocorre que, na cidade, a maioria dos profissionais que trabalham com taxi são contrários ao uso do equipamento.

Na segunda-feira, durante reunião realizada no plenário da Câmara dos Vereadores, fomentada pelo Legislativo, Executivo e Ministério Público, os taxistas pontuaram suas alegações. Dizem que o taxímetro custa caro, bem como sua aferição. Afirmam que a demanda de trabalho é pequena para custear o uso do aparelho e que o usuário do serviço acaba até preferindo pagar por um preço definido previamente com o motorista – e não esperar o resultado final apontado pelo taxímetro.

“Se for Lei, não sou contra. O problema é o custo que isso vai gerar para nós, para colocar o aparelho e fazer a aferição. Aqui não tem empresa que faça o serviço. E só o custo de implantar é caro. Nenhum de nós tem condição hoje, na crise que estamos”, disse o taxista José Alves, motorista há dez anos. Para ele, ainda, a diferença no modelo de cobrança entre União e Porto União, pode colocar em risco o serviço de quem está do lado de cá dos trilhos. “O usuário vai acabar escolhendo o taxi de Porto União”, completa.

Os promotores do encontro ouviram a posição da categoria mas lembraram que o uso do taxímetro é lei. No caso de União da Vitória, lei Municipal e Federal. Embora os taxistas divulguem uma tabela de preços, cada profissional acaba definindo, por conta, o valor da corrida. E aí, por conta disso, que se formam – ou se extinguem – a clientela.

Em nota, a assessoria da Câmara de Vereadores confirmou que um novo encontro deve dar sequência às discussões. Ela está marcada para a próxima segunda, 16, novamente às 15 horas, no plenário da Câmara. Além da discussão sobre o uso do taxímetro, o encontro deve abordar também a regulamentação de pontos, os selos nos automóveis, os valores, a criação de um Disque Denúncia e os táxis “piratas”.

É Lei

A Lei Municipal nº 2519/97 de 18 de dezembro de 1997, determina a implantação de taxímetro nos veículos que exploram os serviços de táxi em União da Vitória. Há ainda a Lei Federal nº 12.468 de 28 de agosto de 2011, que no artigo 8, diz que em municípios com mais de 50 mil habitantes, que é o caso de União da Vitória, é obrigatório o uso de taxímetro. “Por seis mil pessoas e por tudo que já vimos até aqui, temos que fazer cumprir a Lei”, disse o presidente da Câmara, o vereador, Almires Bughay Filho.

Não é de hoje

O uso do taxímetro no Vale do Iguaçu é uma discussão antiga. Apenas em 2015, por exemplo, o tema foi assunto para várias reportagens no jornal O Comércio. Em uma delas, a forma de cobrança das corridas foi apresentada. Na matéria, os taxistas explicaram à reportagem como cobravam. Segundo eles, até o afeto pelo cliente, poderia interferir no preço. É que gente com sacolas, moradores de longe, por exemplo, tinha um desconto extra, por pura compaixão do motorista. Além disso, excesso de bagagem, horário da corrida e distância (principalmente), interferiam no resultado final da cifra.

O uso do taxímetro começou ainda em 2013, quando o vereador, Ricardo Adriano Sass (PSC), solicitou na época, ao prefeito Pedro Ivo, para que determinasse à Comissão Municipal responsável pelo transporte de passageiros e utilitários de aluguel, “para se cumprir o disposto no artigo 13 da Lei Municipal nº 2519/97 de 18 de dezembro de 1997, que determina a implantação de taxímetro nos veículos que exploram os serviços de taxi no município de União da Vitória”.

Sass afirmou na ocasião que os preços cobrados por taxistas de União da Vitória diferem um do outro no mesmo percurso. “Se a lei for cumprida, quando uma pessoa que se utilizar do táxi terá a certeza que, ao adentrar num veículo saberá o quanto vai pagar, observando a tarifa pelo taxímetro”, sentenciou. Em 2013, o requerimento foi aprovado por unanimidade dos vereadores presentes na reunião.

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