Prazo para limpeza e reforma de túmulos vai até o dia 28

No feriado, administradores não esperam grande número de visitantes nos cemitérios das Cidades Irmãs. No comércio, venda de flores está aquecida

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

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Aviso alerta para fim de prazo: no Cemitério Municipal de União da Vitória, ações apenas até o dia 28. (Fotos: Mariana Honesko).

Neste ano ele cai em um domingo e talvez seja justamente por isso que a expectativa de movimento não é tão otimista. O Finados, lembrado no dia 2 de novembro, prevê uma visitação mais tímida nos cemitérios das Cidades Irmãs. Em ambas as cidades, os espaços municipais esperam juntos receber até três mil pessoas. E não mais que isso. “Para o domingo, a gente acredita que até 1,5 mil ou duas mil pessoas visitem o Cemitério Municipal”, confirma o administrador, Rudimar Empinotti.

Em Porto União, a expectativa de visitação é ainda menor. No feriado, cerca de 500 pessoas são esperadas no cemitério municipal e no Santa Martha, espaço privado, anexo ao público. Segundo os trabalhadores do municipal, que já há uma semana executam a limpeza e pequenas intervenções, o Finados está cada vez mais impopular. Eles acreditam que o costume está sendo perdido entre os mais jovens ou que a “simples” correria do cotidiano, inibe à visitação.

Nas Cidades Irmãs, conforme levantamento das prefeituras, há cerca de 35 cemitérios. São 14 em União da Vitória e mais de 20 – especialmente no interior – em Porto União.

Limpeza e reforma

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Em Porto União, trabalho interno já garante limpeza e pequenas reformas

Os administradores dos cemitérios municipais já definiram o calendário para que as ações de limpeza e reforma de túmulos, se necessárias, sejam realizadas. O cronograma evita transtornos no Finados e garante um aspecto visual bem mais interessante.

Em Porto União, a execução do serviço está permitida até o dia 31. “No dia não é permitido fazer nenhum tipo de serviço”, lembra o assessor de serviços públicos do Cemitério Municipal, Luiz Wolf.

Já em União da Vitória, o prazo termina mais cedo, no dia 28. No Municipal, um letreiro grande, colocado ao lado do portão de entrada, alerta para o cronograma.

Venda de flores de plástico já está aquecida

A realidade enfrentada pelos administradores dos cemitérios não combina com as casas comerciais que exploram a venda de flores. Na rede popular, por exemplo, arranjos, buquês e “solitárias”, feitos com plástico, decoram os ambientes em uma quantidade grande e com preços bem em conta. “Começamos a nos preparar em setembro e já vendemos muito.Parece que nossos clientes anteciparam a compra neste ano”, sinaliza o casal Ana e Alcione Pires, comerciantes de uma casa popular no Bairro São Pedro, em Porto União.

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Para quem tem recursos menores, flores de plástico aparecem como alternativa ao bolso e ao gosto

O reflexo parece idêntico na loja Rei do Real, no centro de Porto União. Por lá, as flores são maioria absoluta, no primeiro e segundo piso do endereço. A compra do estoque, conforme Luis Carlos Vick, responsável pelo setor, ocorreu já há quatro meses. A opção, garante ele, garantiu a colocação de produtos de boa qualidade e com preços tão populares quanto os demais itens da loja. A antecipação de divulgação das peças tem dado bons resultados. “No Dia das Crianças vendemos mais flores que brinquedos”, sorri.

A venda das flores, conforme Vick, incrementa a renda mensal de maneira considerável. E ele adianta: o estoque de flores de plástico, em grandes versões e cifras, pode estar com os dias contados. “Para o ano que vem já estamos percebendo a tendência de que as flores baratas sumam do mercado”, alerta. É possível que a unidade só seja encontrada em 2015 acima dos R$ 2,50. Hoje, a partir de R$ 1,30, é possível começar a decoração das lápides.

Decoração natural também tem boa procura

O sucesso das flores de plástico não é tão expressivo na procura das plantas naturais. As floriculturas reclamam da concorrência com as casas populares e da venda de porta de cemitério, comum no feriado. Norma, da Kika Flores, de União da Vitória, afirma que o movimento ainda é tímido mas que não deve crescer muito até o dia 2. “O 1,99, as variadas floriculturas e essa venda na porta do cemitério, reparte tudo”, diz.

Mais otimista está Greta Rose Bormann Rocha, da Midori, em Porto União. Embora admitindo o efeito das casas populares, garante que a venda de Finados é um complemento importante para o faturamento. “Mesmo tendo as lojas com flores de plástico, muitos preferem a natural, pelo efeito da data mesmo. Já estamos com encomendas de crisântemo e flores nobres”, indica. Na Midori também há flores em papel, porém, mais elaboradas. “A gente trabalha com a flor artificial e neste segmento atinge uma boa fatia da população”, sorri.