Região exige investimentos em Segurança Pública

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Atualizado há 11 anos

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Policias da 2ª CIPM Heróis do Contestado

Fazer uma escala de serviço não é tarefa das mais fáceis para a Polícia Militar de União da Vitória e Porto União. Os bairros crescem em população, o anel central exige cada vez mais atenção, mas o efetivo faz curva inversamente proporcional. A maioria dos policiais militares, por exemplo, já está com tempo de serviço para aposentadoria. Para complicar, o governo do Estado não faz nem o básico, que é a reposição dos militares que entram na reserva remunerada. Diagnóstico: a Polícia Militar está envelhecendo e não está sendo oxigenada com novos policiais.

A 2ª Companhia Independente de Polícia Militar (2ª CIPM) tem dois pelotões distintos. O 1º Pelotão da PM de União da Vitória é responsável pelo policiamento preventivo e ostensivo no município. É um grupo de policiais militares, devidamente comandados, visando em primeiro plano a prevenção e manutenção da ordem pública. É capaz de dar atendimento nos ilícitos em um curto espaço de tempo. Executa uma cobertura de 24 horas e aplica maior número de policiais nos horários e locais de maior probabilidade de ocorrência delitos, agindo com o máximo de antecipação.

Já o 2º Pelotão é responsável pelo policiamento preventivo e ostensivo nos municípios de Bituruna, Cruz Machado, General Carneiro, Mallet, Paula Freitas, Paulo Frontin e Porto Vitória. Em cada um destes municípios existe um Destacamento Policial Militar onde atuam policiais militares durante todas as horas do dia e da noite, todos os dias da semana. Nos Destacamentos de Bituruna, Cruz Machado, General Carneiro, Paula Freitas e Porto Vitória o Comandante também exerce a função de Gestor da Delegacia de Polícia local, por força de Decreto governamental. Existe na área do 2º Pelotão, uma população estimada pelo IBGE no Censo de 2010 de 85.630 habitantes. A subárea do Pelotão é cortada pela BR-476, BR-153, PR-160, PR-170 e PR-153.

Porque não recebemos novos policiais?

É uma pergunta que esquenta a cabeça do prefeito Pedro Ivo Ilkiv, dos vereadores e da sociedade representativa, como a Associação Comercial e Empresarial de União da Vitória (Aceuv). A Polícia Militar conta com 117 militares para atender toda a região Sul do Paraná (Amsulpar), muito pouco até para uma companhia independente. O governador Beto Richa acenou com a transformação da 2ª CIPM em Batalhão de Polícia militar. Na prática isso significa aumento significativo do efetivo. No entanto a demanda ficou em segundo plano.

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Delegado André Vilela mostra a precariedade a qual se encontra as celas da 4ª SDP

A Polícia Civil (4ª SDP) também sofre com uma estrutura acanhada. De agosto de 2012 até agosto deste ano, 12 policiais deixaram União da Vitória. Nenhum dos postos teve reposição por parte da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná. Além dos 12 que estão faltando para o andamento dos serviços básicos, os policiais civis tem uma “creche” bem estranha. Setenta detentos amontoados no despedaçado cadeião recebem atenção 24 horas por dia da Polícia Civil. Matemática simples: além dos 12 que se foram, precisaríamos de pelo menos outros 16, divididos entre investigadores e escrivães de polícia.

Os policiais militares e civis se viram como podem. O trabalho está entre os melhores do Paraná. Com baixo efetivo, escala reduzida, onde se trabalha muito e se descansa pouco, a PM se desdobra e mantém a região segura. A Polícia Civil tem um índice invejável de 98% de resolução de homicídios, atua forte na prisão de traficantes de drogas e até um super desmanche de veículos foi estourado recentemente em União da Vitória. Se tivessem estrutura adequada as polícias dariam respostas melhores ainda.

Porto União e seus contrastes

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Viatura da PM de Porto União

A Polícia Civil de Porto União tem uma estrutura razoável. Não é a ideal, mas tem sua equipe de investigação, Delegacia da Mulher e duas outras delegacias: a Regional e a Delegacia da Comarca. Policiais bem treinados, uma delegacia que será ampliada e construída outra, além de uma Unidade Prisional Avançada de fazer inveja: faz muitos anos que não se registram fugas ou rebeliões. Estão entre os melhores de Santa Catarina.

Já a Polícia Militar sofre do mesmo problema crônico de União da Vitória. Deveria ter mais homens para atender o centro, os bairros e o grande interior. Sem contar que a 1ª CIPM atende também os municípios de Matos Costa e Irineópolis. De acordo com a Secretaria Regional de Desenvolvimento de Canoinhas (SDR), a PM de Porto União com 57 militares na ativa, seis viaturas e três motocicletas. Mesmo assim tem um trabalho notável, principalmente no combate ao tráfico de drogas, no trânsito e na manutenção da ordem pública.

O que diz o futuro?

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Viatura da PM de União da Vitória

Com o remanejamento de massas, por consequencia dos Conjuntos Habitacionais, bairros de União da Vitória e Porto União dão sinais que a capacidade de atendimento das instituições ligadas à segurança pública está no limite. Na região não é diferente, as pautas de reivindicação de municípios como Cruz Machado, Bituruna, General Carneiro, no Paraná, e Porto União e Matos Costa, em Santa Catarina, sempre começam pelo óbvio: mais policiais e mais viaturas para atender as demandas locais.

Não basta só a abnegação e a boa vontade dos policiais que estão em atividade. É preciso estrutura humana, de logística e bélica para nossas polícias. A transformação dos Bombeiros está iniciando com a instalação de um subgrupamento em União da Vitória. Mas já nasce junto a preocupação que a demanda logo vai exigir mais Bombeiros e mais veículos para atender União da Vitória e região. O que salva alguns municípios são os Bombeiros Comunitários, os anjos voluntários que salvam vidas. Mas precisamos de muito mais.