Rio Iguaçu: Brincadeira perigosa

Crianças usam o Iguaçu como diversão mas, mesmo com nível baixo, rio ainda é perigoso

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Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

Crianças no rio
Mariana Honesko/Jornal O Comércio

Com 1,92 metros de nível, o Rio Iguaçu parece não assustar. Especialmente crianças e adolescentes, encontram nele uma maneira agradável de espantar o calor e aproveitar as férias escolares. Não raro, flagrantes de abusos no meio do Iguaçu são feitos.

Nesta semana, a reportagem de O Comércio encontrou dois meninos, aparentemente de pouca idade, atirando pedras no meio do rio. Na semana passada, um casal e até um cachorro foram vistos. Eles seguravam-se em galhadas reveladas pelo baixo nível. Tranquilos, lidavam bem com á água que alcançava a cintura.

Segundo o Corpo de Bombeiros, em apenas dois meses – novembro e dezembro de 2013 – nove mortes foram registradas no Rio. O índice é alto e preocupa. “O número de mortes na nossa região é maior que o litoral”, compara o tenente Colla. No mar, além da prevenção mais intensa, os banhistas também reconhecem os limites. Nas regiões de lagos e rios, como nas Cidades Irmãs, os perigos são maiores, de acordo com os Bombeiros, por conta, especialmente, da sensação de tranquilidade. O uso dos rios para banhos não é recomendável. “O ideal é o uso de piscinas. O rio é sempre perigoso e o risco de afogamento é sempre muito grande”, lembra Colla.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o número de afogamentos e acidentes diminuiu depois das festas de final e início de ano. O aumento do nível do rio – há uma semana ele era de 1,74 metros – também afasta as ocorrências. “Mas a medida que o nível recue e que as pessoas estão em férias, os acidentes aumentam novamente”, pontua o tenente.

Além de ser perigoso, a presença de menores em lugares de risco é sinônimo de problema diante do Conselho Tutelar. O órgão fiscaliza denuncias e eventualmente aplica advertência para os pais imprudentes. “Quando a gente recebe denúncia vamos atrás e procuramos os pais para orientar e advertir”, confirma a conselheira em União da Vitória, Dionéia Schier. Conforme ela, o Conselho Tutelar orienta aos pais sobre os perigos dos banhos no rio e sobre a responsabilidade sobre os menores. “Falamos disso e do que pode acontecer com os pais caso não cumpram a orientação”, ressalta.

Embarcações com segurança

Os riscos que atingem os banhistas também podem afetar diretamente quem está embarcado. Quem tem lanchas e barcos, por exemplo, precisa apresentar sua carteira de habilitação, bem como usar os coletes salva-vidas disponíveis. “Os coletes muitas vezes são negligenciados”, comenta Colla. Embarcações menores, como as moto aquáticas (jet skis), também dependem de documentação correta para funcionar. Além disso, a habilidade é fundamental, para evitar acidentes.