Por Mariana Honesko
Em pouco mais de três horas de trabalho, voluntários da proposta garantiram a retirada de 1,6 tonelada de lixo do rio Iguaçu. A limpeza é paliativa, mas fundamental para chamar a atenção à preservação do meio ambiente.
Na comparação com as duas primeiras edições, o projeto Rio Limpo, liderado pelo Curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário da Cidade de União da Vitória (Uniuv), o volume encontrado está na contramão das expectativas. A ideia da organização era encontrar uma quantidade bem menor de lixo às margens do rio. Mas, não foi o que ocorreu. Neste ano, a ação terminou com o encontro de cem quilos extras: em 2013, o Rio Limpo terminou com 1,5 toneladas de resíduos. Na balança com 2012, a diferença é maior: há dois anos, uma tonelada de lixo foi retirada do Iguaçu. “E tinha de tudo. Sofá, colchão, roupa e calçado velhos, computador, televisão e muito material reciclável”, conta a coordenadora do projeto e do curso, Lizandra Kaminski. “Com a ação a gente conseguiu minimizar o impacto desse lixo todo no meio ambiente”, completa.
O projeto Rio Limpo ocorreu no sábado, 26, no Clube Náutico Hobi. Por lá, desde às 11 horas, uma grande estrutura recebeu os visitantes. Para as crianças, brincadeiras, jogos e pintura estavam disponíveis. Aos adultos, o projeto promoveu discussões ambientais que, na prática, traduziam-se na ação de recebimento de óleo de cozinha já usado e coleta de pilhas, baterias e lâmpadas. “Recolhemos pilhas de lâmpadas e de baterias. Isso foi muito importante”, pontua Lizandra. O programa Linha Aberta, da Rádio União, também foi transmitido de lá, ao vivo.
Mais tarde, às 13 horas, 16 embarcações – inclusive duas do 5º Batalhão, com capacidade para 20 pessoas cada – foram colocadas no Iguaçu. “Cada barco ficou com um trecho do rio para cuidar”, explica a coordenadora. O projeto cuidou da limpeza de um trajeto pequeno, entre o Parque Ambiental e a ponte Transbrasiliana, na BR-153.
Em pouco tempo, o resultado era impressionante: no Náutico, 1,6 toneladas foram pesadas. O material segue para a cooperativa de recicladores de União da Vitória. A seleção do material é de responsabilidade dos cooperados. “O foco é mesmo a conscientização. Sabemos que não é possível limpar o rio em pouco tempo e apenas em um dia. Nossa intenção é que as pessoas vejam a quantidade de lixo e pensem no que estão fazendo”, diz a coordenadora.
Lixo que não é lixo
Ao longo de suas três edições, o projeto Rio Limpo retirou do Iguaçu materiais passiveis de novos destinos. É o caso, por exemplo, dos resíduos recicláveis. Garrafas plásticas, tambores, sacolas e papelão não combinam com o leito. Não combina também o lixo eletrônico. Celulares, baterias, computadores velhos e televisores podem ser enviados à Ecovale, empresa responsável pela coleta do lixo normal e seletivo. Moveis velhos também podem ser reaproveitados. Fica a dica: alguns bazares beneficentes recebem o que pode ser reformado e doado para famílias carentes. Não tem ligação com o Iguaçu, ainda, animais mortos. Em 2012, os voluntários encontraram alguns já ensacados, boiando no rio.
Produzindo lixo
Em União da Vitória, conforme a Ecovale, a produção de lixo chega às 820 toneladas mensais. Em Porto União, ela passa das 500 toneladas. Em média, os brasileiros produzem até 1,5 quilo por dia de lixo.