RIO LIMPO: Mais de 1,6 tonelada de lixo é retirada do Iguaçu

Resultados do projeto superam edições anteriores, mas revelam perfil pouco consciente dos moradores

·
Atualizado há 10 anos

Por Mariana Honesko

rio limpo0025
De tudo um pouco: ao longo de três horas, voluntários e acadêmicos recolheram lixo e entulho às margens do rio (Fotos Cristiano Silva)

Em pouco mais de três horas de trabalho, voluntários da proposta garantiram a retirada de 1,6 tonelada de lixo do rio Iguaçu. A limpeza é paliativa, mas fundamental para chamar a atenção à preservação do meio ambiente.

Na comparação com as duas primeiras edições, o projeto Rio Limpo, liderado pelo Curso de Engenharia Ambiental do Centro Universitário da Cidade de União da Vitória (Uniuv), o volume encontrado está na contramão das expectativas. A ideia da organização era encontrar uma quantidade bem menor de lixo às margens do rio. Mas, não foi o que ocorreu. Neste ano, a ação terminou com o encontro de cem quilos extras: em 2013, o Rio Limpo terminou com 1,5 toneladas de resíduos. Na balança com 2012, a diferença é maior: há dois anos, uma tonelada de lixo foi retirada do Iguaçu. “E tinha de tudo. Sofá, colchão, roupa e calçado velhos, computador, televisão e muito material reciclável”, conta a coordenadora do projeto e do curso, Lizandra Kaminski. “Com a ação a gente conseguiu minimizar o impacto desse lixo todo no meio ambiente”, completa.

rio limpo0029O projeto Rio Limpo ocorreu no sábado, 26, no Clube Náutico Hobi. Por lá, desde às 11 horas, uma grande estrutura recebeu os visitantes. Para as crianças, brincadeiras, jogos e pintura estavam disponíveis. Aos adultos, o projeto promoveu discussões ambientais que, na prática, traduziam-se na ação de recebimento de óleo de cozinha já usado e coleta de pilhas, baterias e lâmpadas. “Recolhemos pilhas de lâmpadas e de baterias. Isso foi muito importante”, pontua Lizandra. O programa Linha Aberta, da Rádio União, também foi transmitido de lá, ao vivo.

Mais tarde, às 13 horas, 16 embarcações – inclusive duas do 5º Batalhão, com capacidade para 20 pessoas cada – foram colocadas no Iguaçu. “Cada barco ficou com um trecho do rio para cuidar”, explica a coordenadora. O projeto cuidou da limpeza de um trajeto pequeno, entre o Parque Ambiental e a ponte Transbrasiliana, na BR-153.

Em pouco tempo, o resultado era impressionante: no Náutico, 1,6 toneladas foram pesadas. O material segue para a cooperativa de recicladores de União da Vitória. A seleção do material é de responsabilidade dos cooperados. “O foco é mesmo a conscientização. Sabemos que não é possível limpar o rio em pouco tempo e apenas em um dia. Nossa intenção é que as pessoas vejam a quantidade de lixo e pensem no que estão fazendo”, diz a coordenadora.

Lixo que não é lixo

Ao longo de suas três edições, o projeto Rio Limpo retirou do Iguaçu materiais passiveis de novos destinos. É o caso, por exemplo, dos resíduos recicláveis. Garrafas plásticas, tambores, sacolas e papelão não combinam com o leito. Não combina também o lixo eletrônico. Celulares, baterias, computadores velhos e televisores podem ser enviados à Ecovale, empresa responsável pela coleta do lixo normal e seletivo. Moveis velhos também podem ser reaproveitados. Fica a dica: alguns bazares beneficentes recebem o que pode ser reformado e doado para famílias carentes. Não tem ligação com o Iguaçu, ainda, animais mortos. Em 2012, os voluntários encontraram alguns já ensacados, boiando no rio.

Produzindo lixo

Em União da Vitória, conforme a Ecovale, a produção de lixo chega às 820 toneladas mensais. Em Porto União, ela passa das 500 toneladas. Em média, os brasileiros produzem até 1,5 quilo por dia de lixo.