Recordistas em doação de sangue prestam depoimento

Comemoração do dia nacional é marcada pelo incentivo ao gesto e agradecimentos de quem precisa de ajuda

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Atualizado há 9 anos

Por Mariana Honesko

Depois de promover um mês inteiro de atividades em prol das doações de sangue, o banco de União da Vitória encerrou novembro com festa. Ontem, cerimônia especial lembrou o Dia Nacional do Doador – instituído em 1964 – e agradeceu, por meio de presentes e aplausos, a participação sempre ativa dos doadores “de carteirinha”.

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Amarildo, pelas 86 doações acumuladas, foi homenageado: com Silvia Andrade, do Cisvali, recebeu aplausos

Este é o caso, por exemplo, de Amarildo Gomes, que já acumula 86 doações no currículo. “Comecei a doar quando eu ainda trabalhava no Dissenha (empresa madeireira) e dali não parei mais”, conta o pedreiro. No ano passado, quando mantinha 74 doações nesta mesma época, Gomes foi destaque em reportagem especial em O Comércio. Os motivos pela visita trimestral à unidade continuam os mesmos. “A gente está salvando vidas. Faço com vontade. A doação de sangue é muito importante”, diz, lembrando do filho que, com anemia, já precisou de algumas bolsas.

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Lili Grando é uma das principais receptoras da unidade: agradecimento pelas cerca de cem bolsas já recebidas

Os nomes de Leni Santos, que tem 48 doações e de Luiz Braz, com outras 56 visitas ao Banco de Sangue, também foram lembrados. Ambos compartilham do valor do gesto e o recomendam. A prática ganhou apoio maior na força da voz da jovem Ana Carolina, de 18 anos. Ela luta contra o câncer e atribui ao sangue sua sobrevida ao longo da batalha. Ontem, fez questão de deixar registrado seu pedido. “Para um único transplante, por exemplo, vão muitas bolsas de sangue. Então, quanto mais gente doar, muitas mais vidas podem ser salvas”, sorriu. “Tenho amigos aqui e em Curitiba que estão precisando de ajuda e é em nome deles que eu falo e peço”, completa.

Homenagem

diadodoador-saude-sangue (2)O Dia Nacional do Doador garante a lembrança mais intensa do valor do gesto voluntário. Em União da Vitória, o Banco de Sangue, criado em 1989, tem na data seu ápice para pedir o aumento do número de doadores.

Conforme dados do setor, a média é de 15 coletas por dia. Cada bolsa de sangue garante ajuda para até quatro pessoas e de uma única, ainda, é possível extrair quatro componentes diferentes, além do sangue. “Por isso tudo é que a gente diz aqui que o doador merecia ser lembrado todos os dias”, disse, Alessandro Savi, funcionário da unidade.

Sábado também foi dia de doar

O experimento da data garantiu elogios à direção do Banco de Sangue. No sábado, a unidade ficou aberta durante a manhã, em uma tentativa de aumentar o número de doações e garantir a visita de quem trabalha na semana mas tem no sábado sua folga. Deu certo.

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Luiz Braz, também recordista, acredita que a doação é a continuidade da vida

Não há números oficiais, mas, uma análise simples do movimento garante que a ideia foi aprovada. A direção não descarta a possibilidade de todo mês abrir a unidade, ao menos uma vez, em dias alternativos.

Para doar sangue

A unidade abre todos os dias para receber os doadores. A coleta ocorre sempre à tarde. O Banco de Sangue fica ao lado do Pronto Atendimento Emergencial (PAE), no centro de União da Vitória.