Saúde alerta para o perigo de leptospirose no período de chuvas

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Atualizado há 9 anos

Da Agência do Estado do Paraná

A Secretaria Estadual da Saúde expediu um alerta aos serviços de saúde em decorrência dos alagamentos e enchentes no Paraná ocorridos a partir de dezembro de 2014. O aumento das chuvas no período de verão acarreta em inundações e com elas surgem os casos de leptospirose, doença causada pela Leptospira, uma bactéria presente na urina de roedores, que misturada à água de valeta, lama, lagoas, cavas e enchentes causam a contaminação.

A infecção humana acontece quando a bactéria penetra na pele através de pequenos ferimentos e lesões. Segundo a bióloga da Divisão de Zoonoses e Intoxicações da Secretaria da Saúde, Gisélia Burigo Rúbio, um único contato com água contaminada, estando a pele ferida, já basta para o contágio. “O contato de mucosas ou pele íntegra imersa na água contaminada por longo período também facilita a infecção. Vale ressaltar que após o contato com a água infectada os sintomas aparecem de sete a quatorze dias”, disse Gisélia.

Embora a maioria dos casos tenha cura realizando tratamento adequado, as pessoas devem estar atentas aos principais sintomas da doença como cansaço e calafrios, dores no corpo, sobretudo na panturrilha, fortes dores de cabeça e febre alta. Dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e desidratação também são frequentes indícios de contaminação. É importante que o profissional de saúde peça exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico inicial para que a leptospirose não seja confundida com outras doenças de sintomas semelhantes como a gripe e a dengue.

Outras características ocasionadas pela doença podem aparecer dois ou três dias após uma aparente melhora do paciente, como amarelamento dos olhos, com a possibilidade de evolução para quadro grave de insuficiência renal, respiratória e hemorrágica.

Controle de roedores – As orientações técnicas para o controle de ratos também são salientadas pela bióloga, como dificultar o acesso ao abrigo, água e alimentos e manter o lixo condicionado e sempre fechado. “Não recomendamos o uso de controle químico como primeira opção de controle, pois na maioria das situações é usado o chumbinho que além de ser vendido ilegalmente, não é eficiente no combate ao roedor”, disse Gisélia.

Números

No balanço de 2013, foram confirmados 335 casos de leptospirose no Paraná, com 52 mortes pela doença. Já em 2014, 205 pessoas contraíram a leptospirose e 22 morreram em decorrência da doença.

Cuidados para evitar a leptospirose antes e depois de enchentes:

– Não jogar lixo nos rios, para que as águas não represem e transbordem;
– Solicitar água da Sanepar ou Prefeitura em caso de falta de água;
– Não usar água de poço inundado;
– Evitar contato com água e lama, usando sempre botas e luvas de borracha, ou sacos plásticos amarrados nos pés e nos braços;
– Não brincar ou nadar em lagos, cavas e córregos nem nas águas de enchente;
– Inutilizar alimentos naturais ou preparados assim como medicamentos que entraram em contato com a água da enchente.
– Tratar a água para consumo humano com hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária), na seguinte medida: 2 gotas para cada litro de água. Deve-se esperar no mínimo 15 minutos antes de consumir;
– Depois de enchentes, faça a limpeza e desinfecção da casa, móveis, utensílios domésticos e brinquedos com água sanitária na seguinte proporção: 1 colher (sopa) de água sanitária ou hipoclorito de sódio a 2,5% para 1 litro de água.