Secretarias de Saúde fazem campanha de conscientização

Distribuição de preservativos aumenta nesta época do ano. Foliões também são incentivados a realizarem testes rápidos

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Atualizado há 9 anos

camisinha-aidsA Secretaria de Saúde e Setor Epidemiológico de União da Vitória se reúnem hoje para definir algumas ações para o período de Carnaval. As festas estão chegando e a preocupação dos especialistas é com os foliões que não se cuidam. O foco deste ano é na prevenção, combinando camisinha, testagem e tratamento. Para isso cerca de 5 mil preservativos, serão entregues aos postos de saúde e clubes. A quantidade foi enviada pelo Ministério da Saúde.

Outra ação incentivada pelo Ministério, é a campanha lançada na quarta-feira, #partiuteste, que tem a intenção de levar os jovens a realizarem testes rápidos antes e depois das festas. “Mas, não adianta só o folião fazer o teste, ele não vai ajudar em nada, só é para saber se você tem alguma coisa ou não. O que protege mesmo é o uso do preservativo”, lembra Marly Della Latta, chefe do setor de epidemiologia do município.

Do outro lado da linha a distribuição de preservativos para este ano ainda não foi definida, mas, conforme Melania Koczyla, do setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Porto União, só no Carnaval do ano passado 14 mil foram liberadas para uso. “A gente comprou suportes para colocar nos clubes e abastecemos eles durante as festas. Nos postos de saúde também estavam disponíveis as camisinhas”, lembra. A quantidade não é regulada pela Secretaria: é só chegar e pegar. Mas, mesmo assim a camisinha continua sendo um tabu. “Muita gente não pega por vergonha, tem medo parece”, diz Marly. Para isso as Secretarias tomaram outras medidas para que as camisinhas tivessem saída. “Colocamos elas em potes nas bancadas dos postos e deixamos também nos clubes, para que o pessoal não sinta vergonha e pegue o preservativo.”

grafico-aidsConforme dados, inéditos, divulgados pela Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP), 94% da população brasileira sabe que a camisinha é melhor forma de prevenção às DST e Aids. Mesmo assim, 45% da população sexualmente ativa do País não usou preservativo nas relações sexuais casuais nos últimos 12 meses.

Os dados comparativos com pesquisas anteriores mostram que o uso do preservativo na última relação sexual, ocorrida nos últimos 12 meses, se manteve praticamente estável: 52% em 2004, 47% em 2008 e 55% em 2013, apesar das constantes campanhas de estímulo ao uso do preservativo durante todos esses anos. Além disso, houve um crescimento significativo de pessoas que relataram ter tido mais de 10 parceiros sexuais na vida. Esse percentual subiu de 19%, em 2004, para 26% em 2008, chegando a 44% no ano de 2013. “O que a gente quer é chamar a atenção dos jovens para que tomem cuidado com isso”, pede Marly.

Quais as doenças?

Três doenças sexualmente transmissíveis serão trabalhadas ao longo de fevereiro: a Sífilis, Hepatite B e C, além da Aids. Porém, a preocupação das Cidades Irmãs está na prevenção da Sífilis. “No ano passado nós tivemos um número alarmante de casos de Sífilis e Aids, ainda bem, foram poucos. Mas, se está aumentando a Sífilis é claro que já é uma entrada para o HIV”, comenta Marly.

Ao contrário da Aids a Sífilis tem cura. Já o vírus do HIV demora ser percebido. “Se a pessoa teve relação ontem, por exemplo, e desconfia que está com Aids, vem no posto faz o teste e não aparece, tem de vir mais uma vez depois de três meses, porque ele só se manifesta depois desse tempo”, explica.

Testes

Em 2014, foram distribuídos 6,4 milhões de testes rápidos para HIV, número 26% superior aos 4,7 milhões distribuídos em 2013.  Das cerca de 734 mil pessoas que vivem com HIV e aids no Brasil atualmente, 80% foram diagnosticadas.

A ampliação da assistência às pessoas com HIV e aids e o incentivo ao diagnóstico precoce fazem parte das estratégias do Ministério da Saúde no cumprimento da meta “90-90-90”, que corresponde a 90% de pessoas testadas, 90% tratadas e 90% com carga viral indetectável até 2020. O teste é rápido e o diagnóstico sai em 15 minutos.